Luanda - Os resultados provisórios das eleições gerais de 31 de Agosto divulgados até esta terça-feira pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apontam uma larga vantagem do partido MPLA na distribuição de lugares no Parlamento angolano, nos dois círculos (nacional e provincial), seguido da UNITA e a CASA-CE.
 

Fonte: Angop

Em função dos resultados já avançados, de acordo com André Caputo de Menezes (mestrando em Ciência Política e Políticas Públicas), o partido no poder já obteve 93 lugares no círculo nacional e 80 no provincial, enquanto a UNITA conseguiu, até à  última actualização provisória 32 cadeiras divididas em 24 pelo circulo nacional e 8 pelo provincial, e a coligação CASA-CE tem oito assentos, todos nacionais.

 
Contribuíram para esta vantagem do MPLA as vitórias plenas nos círculos provinciais do Bengo, Huíla, Malanje, Namibe, Moxico, Uíge, Kwanza Sul, Cunene e Kwanza Norte, onde obteve cinco lugares, ao passo que em Benguela, Huambo, Kuando Kubango, Cabinda, Luanda, Lunda Sul, Lunda Norte e Zaire conseguiu quatro. No Bié, o MPLA tem neste momento três lugares.

 
Nas províncias, a UNITA tem dois deputados provisoriamente no Bié, enquanto em Benguela, Huambo, Kuando Kubango, Cabinda, Luanda e Zaire possui um em cada, ao contrário do PRS que "arrancou" até agora apenas um lugar na Lunda Sul.
 

André de Menezes adiantou que, contrariamente ao escrutínio de 2008, o MPLA perdeu 12 lugares para a oposição no Parlamento, enquanto a UNITA ganhou 10 posições. PRS e FNLA perderam três e um lugar, respectivamente, no círculo nacional, onde faltam duas posições dos 130 disponíveis, ao passo que para o provincial resta preencher cinco lugares dos estipulados na lei (90).

 
"Como restam dois lugares, atribui-se os lugares em função dos melhores restos. O MPLA tem um lugar porque tem maior resto; o segundo para FNLA. UNITA, CASA-CE, PRS têm restos, mas só que são inferiores aos do MPLA e FNLA. Portanto, o MPLA totaliza 94 e a FNLA adiciona-se mais um em função do segundo melhor resto", explicou hoje André Menezes à Rádio Nacional.

 
De acordo com o especialista, o número de votos obtidos através dos divisores (1, 2, 3, 4, 5 para círculos provinciais) por cada partido divide-se por 1, 2, 3, 4, 5, esclarecendo que "os resultados desses partidos políticos são divididos e permitem a atribuição dos lugares, feita por ordem decrescente".

 
Com base nisso, referiu que até a divulgação final dos resultados pode haver alteração no quadro de deputados, embora admita que será pouco significativa. "Há os votos reclamados. Se um partido conseguir reclamar um número suficiente de votos que altera o quadro poderá conseguir mais um lugar, um outro partido menos um lugar. O quadro não altera muito em função dos resultados já divulgados", reforçou.

 
Deste modo, a distribuição provisória de deputados no Parlamento angolano é a seguinte: MPLA (173), UNITA (32), CASA-CE (8), PRS (3) e FNLA (1), perfazendo 217. Para fechar o quadro (220 deputados), estão ainda em disputa três vagas.
 

Neste momento, regista-se o total de 5.999.600 votos (válidos 5.646.210 94,11%), tendo o MPLA na liderança com 4.055.448 (71,82%), UNITA 1.055.859 (18,70%), CASA-CE 342.654 (6,06%), PRS 95.758 (1,69%), FNLA 61.369 (1,08%), ND 12.672 (0,22%), PAPOD 8.255 (0,14%), FUMA 7.839 (0,13%) e CPO 6.356 (0,11%).