Lisboa -  O Departamento de Estado Norte Americano, esta em vias de orientar o seu embaixador em Luanda, Christpher J. McMullen a solicitar uma audiência às autoridades angolanas destinada a afazer  chegar formalmente  uma declaração solicitando “esclarecimento”  sobre “duvidas” quanto a integridade das eleições de 31 de Agosto.


Fonte: Club-k.net


Os Estados  Unidos da America ainda não reconheceram a eleição do Presidente José Eduardo dos Santos. Tencionam primeiro ver esclarecida as referidas duvidas  e omissões  que  tem,   para que de seguida possam tomar uma posição quanto ao assunto. As eleições angolanas  foram marcadas por irregularidades e violações da lei eleitoral. Há  denuncias do partido da oposição, UNITA que acusa as autoridades de terem manipulados os cadernos eleitorais e de terem controlado por via da Casa Militar da PR, o centro de escrutínio eleitoral (onde os resultados foram transmitidos), contrariando a lei eleitoral que determina que no referido centro devem  estar presentes membros dos partidos da oposição a semelhança da CNE. Dispõem igualmente de dados (contagem paralela) que indicam que o  MPLA terá ganho as eleições com uma margem perto dos 63,7% dos votos e a UNITA com cerca de 34,3 % contrariando aos resultados  lançados pela CNE.


Desde a subida de  Barack Obama ao poder, os Estados Unidos da America  adoptaram  uma política de pressão a lideres políticos que se fazem eleger com recurso a métodos extra-eleitorais.  Em conseqüência  disto alteram o seu relacionamento nas relações internacionais.


Para além, do ainda não reconhecimento das eleições, o regime do MPLA   começou  a sentir frieza por parte das autoridades americanas quando a poucas semanas atrás, o Ministério das Relações de Angola  viu recusado um pedido de audiência que previa despachar para Washington  um  enviado/emissário angolano   a fim de ver esclarecido a questão do “reconhecimento eleitoral”. O departamento de Estado apresentou como justificativa da “recusa da audiência”,  questões de agenda da Secretaria de Estado, Hillary Clinton.


Há igualmente estimativas de que alguns países parceiros de Angola possam optar  por demarcar-se do regime de JES  para evitar  embaraços internacionais.  Cavaco Silva, o Presidente de Portugal que havia sido convidado para tomada de posse de Eduardo dos Santos, terá sido o primeiro a distanciar-se  da sua presença na referida cerimônia de posse.  Circula que terá  invocado  razões de ordem de crise financeira em Portugal que o impediram de  deslocar-se a Luanda. (Também não se fez representar por um ministro ou emissário)


A pressão   que os  Estados Unidos da America  estão a exercer sobre   processos eleitorais não transparentes,  esta a ganhar efeito em países Europeus.  No passado dia 25 de Setembro,  a  Secretaria de Estado  Norte,  Americana, Hillary Clinton  fez ,  criticas ao processo eleitoral que elegeu o Presidente Vladimir Putin,  a margem  do  tradicional jantar transatlântico anual com ministros dos Negócios Estrangeiros da União Européia (UE), em que esteve em foco a Síria e o Afeganistão.   Acusou-o igualmente de  intromissão nos processos eleitorais.


No encontro foram ainda abordados os processos eleitorais no leste da Europa, em particular, as "eleições imperfeitas" a duas semanas atrás  na Bielorrússia, bem como a necessidade de garantir que as eleições que se avizinham na Ucrânia e na Geórgia sejam "livres e transparentes".