Lisboa – A reeleição de Obama foi avançada às 4.18 (hora de Luanda), altura em que a estação projectou que o recandidato ganhou o estado-chave do Ohio, ultrapassando assim os 270 votos do colégio eleitoral necessários para garantir a eleição. A vitória na Virgínia dá a Obama um total de 303 'grandes votos'. Romney tem para já 203.

Fonte: DN/Público

Obama venceu assim nos Estados considerados-chave Virgínia, Ohio, Pensilvânia, Wisconsin e New Hampshire. O Wisconsin é aliás o estado natal do candidato a vice-presidente republicano, Paul Ryan.

À Califórnia, Washington, Havai, Iowa, Novo México, Oregon, Nevada e Colorado, o presidente conquistou ainda o Maine, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Illinois, Maryland, Vermont, Michigan, Delaware, Nova Iorque, Nova Jérsia, Minnesota e DC.

O candidato republicano ganhou os Estados do Idaho, Montana e Carolina do Norte (este último estava em dúvida há varias horas), além do Utah, Oklahoma, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental, Indiana, Geórgia, Kentucky, Tenessee, Arkansas, Alabama, Kansas, Louisiana, Nebraska, Dacota do Norte, Dacota do Sul, Texas, Wyoming, Mississipi e Missouri, além dos referidos Idaho, Montana e Carolina do Norte.

FELICITAÇÕES

6h27 Durão Barroso deu os parabéns a Obama no Twitter. O presidente da Comissão Europeia espera pode continuar a trabalhar com o Presidente norte-americano numa "relação de amizade ainda mais forte".

6h22 O primeiro-ministro britânico reagiu à reeleição de Barack Obama. No twitter, David Cameron deu os parabéns "ao amigo Barack Obama" e escreveu que está ansioso para que continuem a trabalhar juntos.

6h11 O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, reagiu no Twitter aos resultados eleitorais nos EUA. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também.

6h05 A campanha republicana demorou a admitir a derrota, mas o discurso de Romney foi gracioso. E teve uma palavra especial para Paul Ryan, candidato a vice-presidente. "Depois da minha mulher, foi a melhor escolha que já fiz", disse Romney, que acrescentou ainda que os EUA ainda terão muito a ganhar com as capacidades de Ryan.

6h02 Em Boston, Romney pediu aos políticos que pusessem "as pessoas antes da política", lembrando que "a nação [norte-americana] está num ponto crítico". "Os líderes têm de atravessar o corredor e procurar entendimentos", afirmou. Apelou também aos empresários, para que investissem e criassem postos de trabalho.

5h57 Mitt Romney começou o discurso da noite felicitando Barack Obama, a família do Presidente e toda a equipa. Prometeu rezar por aqueles que terão a missão de liderar a nação.

5h51 Michele Bachmann, que chegou a estar na corrida presidencial – concorreu às primárias republicanas – está em dificuldades para assegurar o seu lugar de congressista no Minnesota.

5h45 Mitt Romney ainda não está pronto para assumir a derrota. O Washington Post conta, aliás, que o candidato republicano só tinha escrito um discurso para esta noite: um discurso de vitória. "Ele pensava que a Casa Branca seria dele", escreve o jornal norte-americano. Romney estava convicto de que iria vencer.

DEMOCRATAS MANTÊM CONTROLO DO SENADO 

O Partido Democrata vai manter o controlo do Senado norte-americano, segundo as principais projecções das eleições de terça-feira nos EUA, um revés para os republicanos, que preservam porém o controlo da Câmara dos Representantes.

Um terço dos cem lugares do Senado estava em disputa nas eleições realizadas e as principais projecções dos media norte-americanos apontavam para 23 nomeações para o Partido Democrata, do Presidente apontado como reeleito, Barack Obama, e 10 para o partido Republicano.

Um dos momentos mais desapontantes para os republicanos na noite eleitoral, que se prolongou ao longo da madrugada de hoje, foi a derrota em Massachusetts de Scott Brown, que o partido apostava para recuperar a maioria perdida em 2006 da câmara alta do Congresso norte-americano.

Brown vencera uma eleição intercalar em 2010 para substituir o falecido democrata Edward Kennedy, mas na terça-feira perdeu para Elizabeth Warren.

As principais previsões apontam contudo para o controlo dos republicanos dos 435 lugares da Câmara dos Representantes, todos em disputa na votação de terça-feira, o que significa que estas eleições não alteram a anterior correlação de forças políticas em Washington.

ROMNEY FAZ O DISCURSO DA DERROTA

O candidato republicano derrotado telefonou a Barack Obama reconhecendo a vitória do adversário imediatamente antes de subir ao palco do comício em Boston para o discurso de derrota.

Romney deu publicamente os parabéns ao rival e desejou boa sorte ao Presidente reeleito. De seguida, agradeceu ao candidato a 'vice', Paul Ryan: "Além da minha mulher, Ann, Paul foi a melhor escolha que já fiz". "Ela [Ann] teria sido uma maravilhosa primeira dama", elogiou ainda Romney, prosseguindo com os agradecimentos aos filhos e membros da sua equipa.

Reconhecendo que o país atravessa um período difícil, Mitt Romney afirmou que "esta não é uma altura para confltos". "Contamos com todos os que podem criar empregos", disse o candidato. "Acredito na América, acredito no povo americano. Mas também me preocupo com o estado da América", afirmou.

O REGRESSO DOS KENNEDY  

Joe Kennedy III foi eleito para o Congresso estadual do Massachusetts, segundo a CNN. Foram quase dois anos sem qualquer representante da célebre dinastia política norte-americana em cargos públicos de âmbito nacional. Uma ausência inédita ao longo de 64 anos, durante os quais se encontrava pelo menos um Kennedy no Congresso, no Senado ou na Casa Branca.

As projecções da estação de televisão norte-americana coincidem com as do Boston Globe, que dão como certo o democrata Joe Kennedy III, de 32 anos, como representante do 4.º Distrito de Massachusetts no Congresso estadual. Vai ocupar o lugar deixado vago por outro democrata, Barney Frank, que se reformou no início do ano.

“Este é um momento incrível para mim”, disse Joe Kennedy III, neto de Robert F. Kennedy – antigo senador de Nova Iorque, assassinado em 1968 quando estava na corrida para a Casa Branca – e sobrinho-neto do Presidente John F. Kennedy (também assassinado) e de Ted Kennedy, que morreu em 2009 após mais de 36 anos como senado do Massachusetts.

Com a morte de Ted “leão do Senado” Kennedy, sobrou Patrick Kennedy como representante da família na política nacional dos Estados Unidos. Mas o congressista de Rhode Island deixou o cargo em Janeiro de 2011, acabando com mais de seis décadas de representação contínua dos Kennedy nas mais importantes instituições da democracia norte-americana.

Joe estudou Engenharia Industrial na Universidade de Stanford antes de integrar a Harvard Law School e aí se formar em Direito. Até anunciar a sua candidatura, em Fevereiro, era procurador-adjunto no condado de Middlesex. O cargo que agora vai ocupar é idêntico ao que o seu pai, Joseph Patrick Kennedy II, ocupou entre 1987 e 1999 – embora este tivesse representado o 8.º Distrito do Massachusetts.

OBAMA FAZ DISCURSO EMOCIONADO 

Sob uma imensa ovação de cerca de 10 mil pessoas, o Presidente reeleito subiu ao palco do comício frente à sede de candidatura, em Chicago, com a mulher, Michelle, e as filhas para um discurso da vitória emocionado, inclusivo, de igualdade e esperança para o futuro. Que teve até uma declaração de amor.

Num ambiente de total euforia, Obama agradeceu a todos os eleitores, afirmando que "a tarefa de aperfeiçoar a união desenvolve-se, por causa de vocês, que reafirmaram o espírito americano".

"Somos uma família americana", disse Obama, num discurso recheado de emoção e com algumas notas de humor. "Seremos bem sucedidos ou falharemos como uma família. E vocês sabem nos vossos corações que para os Estados Unidos da América o melhor ainda está para vir".

Obama agradeceu ao todos os que foram votar, seja aos que "tenham votado pela primeira vez ou tenham esperado duas ou três horas na fila na votar". "A propósito, temos de resolver isso", disse, arrancando aplausos e gargalhadas do público.

O Presidente agradeceu a "participação cívica" do rival e garantiu que vai sentar-se com o Mitt Romney para discutir a melhor forma de "pôr a américa a andar para a frente".

Fazendo questão de agradecer ao vice-presidente Joe Biden, Obama declarou o seu amor pela mulher, Michelle. "Eu não seria o homem que sou hoje sem a mulher que aceitou casar-se comigo há 20 anos. Michelle, nunca te amei tanto", disse.

"E nunca tive tanto orgulho de ver a América apaixonar-se também por ti", acrescentou. Seguiu com uma palavra de orgulho para as filhas, Sacha e Malia, mas avisou-as: "Pelo menos para já um cão é suficiente!"

Obama agradeceu a toda a sua equipa de forma efusiva. E prosseguiu com o elogio da democracia: "Esta nação de 300 milhões de habitantes que quando passam por dificuldades criam controvérsias, mas essas controvérsias são marca da nossa liberdade", disse. "Neste momento há pessoas a morrer para ter essa liberdade".

Afirmando que quer ajudar a criar uma américa "tolerante, aberta aos sonhos dos imigrantes", Obama lembrou qur o progresso desenvolve-se "aos repelões". Mas fez questão de dizer que a economia está a recuperar e que os Estados Unidos estão prestes a sair da crise económica.

"Esta noite vocês votaram em ação, não na política do costume", disse Obama, afirmando estar "na disposição de trabalhar com ambos os partidos para resolver os problemas do país". Nomeou as grandes áreas estratégicas - como o desemprego, a energia, a dependência do petróleo estrangeiro ou as questões ambientais - que têm de ser enfrentadas de frente e afirmou estar com energia renovada para o fazer.

"Nunca estive mais esperançado acerca do futuro", disse, para terminar numa nota de esperança: "Não estamos tão divididos como as nossa política faz crer. Nós somos e sempre seremos os Estados Unidos da América. E somos a melhor nação do mundo para se viver".