Pequim - Um alto funcionário angolano disse  em Pequim que "a aposta na cooperação com a China" ocorreu no "momento certo" e "tem ajudado a transformar Angola num país mais moderno".


Fonte: Lusa/ SOL

Estabelecida a paz em Angola, em 2002, "o país precisava de dar passos muito concretos no âmbito da reconstrução nacional", salientou o director do Gabinete de Estudos e Investigação do Ministério angolano das Relações Exteriores, Francisco José da Cruz, num colóquio económico na capital chinesa.


"O financiamento chinês apareceu no momento certo. Num país que saía de uma longa guerra e passados três ou quatro anos a sua população não começa a sentir os dividendos da paz, as probabilidades de voltar a cair num conflito são muito grandes", acrescentou.


A primeira linha de crédito chinesa para a Angola, no valor de 2.000 milhões de dólares, foi aberta em 2004 e desde então, já terá atingido quase 15.000 milhões de dólares.


José da Cruz referiu que o financiamento chinês somava "vários mil milhões de dólares", mas não precisou o montante.


O colóquio, organizado pela Embaixada de Angola na China, no âmbito das comemorações do 37.º aniversário da independência, reuniu dezenas de diplomatas e empresários.


"Angola é um país a caminho de um desenvolvimento sustentado", afirmou José da Cruz.


Questionado pela agência Lusa sobre as "áreas mais atraentes" para os investidores estrangeiros, o diplomata destacou: construção de infra-estruturas, agricultura, serviços e indústrias extractivas, designadamente petróleo e diamantes.


Quanto ao Fundo Soberano Angolano, criado no mês passado com um capital de 5.000 milhões de dólares oriundos das receitas do petróleo, José da Cruz adiantou apenas que "os seus "investimentos serão feitos internacionalmente, onde os responsáveis e a liderança política do país jugarem que há oportunidades que possam beneficiar Angola e os angolanos".


Angola é o segundo maior exportador africano de petróleo, nomeadamente para a China.


Numa entrevista concedida em Março do ano passado, o então embaixador chinês em Luanda afirmou que o montante das linhas de crédito concedidas a Angola por três instituições bancárias chinesas desde o fim da guerra civil angolana atingia "14,5 mil milhões de dólares".