Luanda – A ministra das Pescas de Angola, Victória Francisco Lopes Cristovão de Barros Neto, disse nesta sexta-feira, 14, em Luanda, que o governo angolano pretende reactivar a cooperação existente com Portugal, que já foi "muito frutífera". A governante angolana falava no final da sessão de abertura das XVI Jornadas Técnico-Científicas, realizadas pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP).

Fonte: Lusa

Segundo a ministra, existe alguma cooperação entre os dois países, mas que há necessidade de ser reactivada, para atingir os níveis anteriores, sobretudo no domínio da investigação pesqueira e da formação de quadros.

Victória de Barros Neto referiu ainda que Angola tem feito o aproveitamento do seu potencial de recursos marinhos através da pesca artesanal, semi-industrial e industrial, que são consumidos pelo mercado interno e parte exportada para países da Europa e da Ásia.

Entretanto, a ministra considerou ainda baixo o volume de exportação, limitado apenas aos mariscos, nomeadamente camarão, caranguejo e gambas. "O aumento da exportação vai depender da capacidade do mercado interno absorver os produtos, porque como disse o mercado interno é também alto consumidor dos produtos pesqueiros", sublinhou a ministra.

Na sua intervenção, Victória de Barro Neto ressaltou os bons resultados das campanhas de investigação realizadas este ano, que indicam ter havido uma recuperação, "embora tímida", da biomassa dos principais recursos pesqueiros que Angola possui. "Este é um indicador positivo que nos anima a continuar a aplicar as medidas de conservação recomendadas, ainda que de forma ajustada", disse a ministra.

Victória de Barros Neto frisou que a gestão das pescas em Angola "é feita de forma centralizada, através da definição de quotas de captura e de níveis de esforço de pesca definidos com base no trabalho de investigação científica realizado pelo INIP, complementados pela informação de captura".

A gestão das espécies partilhadas, a norte e a sul, com outros países é feita, segundo a ministra, com base no trabalho de investigação levado a cabo pelas organizações regionais de gestão de pescas, nomeadamente as Correntes de Benguela e do Golfo da Guiné.

A ministra destacou ainda no seu discurso o trabalho realizado pelo INIP há mais de 30 anos para a informação dos principais recursos pesqueiros de Angola, bem como dos seus ecossistemas, pelo que as condições de trabalho vão melhorar com a aquisição de uma embarcação para a investigação dos recursos costeiros e com a reabilitação de infra-estruturas. "Estamos à espera que esta embarcação chegue o mais tardar até fim de Janeiro do próximo ano", disse a ministra à Lusa, acrescentando que a mesma está a ser construída na África do Sul.