Lisboa - A Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), chefiada pelo comissário-chefe Eugénio Alexandre, esta ser acusada de ter tentado eliminar na sexta-feira (3) de Maio do ano em curso, Manuel Lima “Bravo”, tido como peça crucial para o encerramento do "caso Jorge Valeiro".

Fonte: Club-k.net

Sofreu afogamentos eespetaram-lhe um pau no ânus

A acusação consta de uma denuncia de familiares cujo destino seria o Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), e parlamentares da oposição angolana. Manuel Lima “Bravo” era o motorista de Jessica Coelho que, em Janeiro passado, falou aos meios de comunicação social nacional, em Luanda, acusando a sua "pequena" patroa como parte interessada no “empacotamento” do falecido ex-namorado Jorge Valeiro.

Volvidos mais de 140 dias - desde que as autoridades apresentaram na televisão os presumíveis autores do crime -, a DNIC segundo observações mostra-se com dificuldades em apresentar provas que sustentam as acusações avançadas pelo motorista.

O caso foi recentemente encaminhado para o Tribunal Provincial de Luanda para o devido julgamento e desfecho final. No entanto, a DNIC é acusada de recear que Manuel Lima “Bravo”, venha a revelar em tribunal que as acusações proferidas contra a sua patroa terão sido feitas sob tortura por parte dos homens daquela instituição.

Certo dia, por volta das três da manha, o motorista - já na condição de detido - teria sido acordo por homens armados da polícia que lhe ameaçaram fazer o mesmo que aconteceu com o falecido (Jorge Valeiro) caso não colaborasse com as autoridades. Dias depois foi apresentado a imprensa a tecer declarações sobre o caso Jorge Valeiro.

Manuel Lima “Bravo” foi submetido barbaramente à tortura, além de simulação de afogamento por várias vezes. Foi-lhe ainda, durante a sessão de tortura, introduzido um pau no ânus, que mais tarde lhe causou complicações de hemorróidas e sangramentos. Neste preciso momento, o mesmo encontra-se em tratamento médico no hospital cadeia de São Paulo.

Foi-lhe também vetado o contacto aos seus familiares. O seu advogado não o vê há mais de dois meses, por bloqueio da DNIC. Sabe-se que contra a sua vontade, as autoridades lhe atribuíram um advogado de nome Aleiro Cristovão, que trabalha para a DNIC, pelo que os familiares contestam que seja assim.

Nos últimos 15 dias, o grupo de investigadores (da DNIC) que acompanha o caso, avisou a direcção do hospital de São Paulo que iriam a sua busca a fim de o transferir para o Hospital Militar, onde seria submetido a uma operação (desde que lhe colocaram o pau no ânus passou a ter problema de hemorróides).

As famílias recusaram tal operação, após terem circulado informações que davam conta que a DNIC tencionava tirá-lo a vida naquele dia e que iriam justificar a opinião pública de que o mesmo teria falecido por ter reagido mal à intervenção cirúrgica.

Na sexta-feira, 03 de Maio, data em que seria operado, um grupo de oficias da polícia tentaram levá-lo à força para o Hospital Militar tendo parado após a intervenção de uma responsável daquele estabelecimento, ter dito que se o mesmo não quer se operado que não deveriam forçá-lo.

Dias após a data que seria realizada a operação cirúrgica, Manuel Lima “Bravo” foi interceptado por dois conhecidos oficias da DNIC, que procuraram dele saber os motivos que o levaram a recusar a tal operação. Este, por sua vez, justificou que tivera sonhado que morrera numa operação de género. Dai a recusa.

PORQUE A DNIC ELIMINARIA O MOTORISTA DE JESSICA?

Manuel Lima “Bravo” fez declarações à margem das investigações implicando Jessica Coelho como mandante do crime. Porém, de acordo com conclusões jurídicas, uma possível eliminação do mesmo validariam em tribunal, as (falsas) provas apresentadas pela DNIC.

Caso não lhe façam mal, o mesmo pode alegar em tribunal que proferiu as tais declarações "sob tortura" e a mando da DNIC. Desta feita, juridicamente, o juiz sentiria-se obrigado em absolver Jessica Coelho, uma vez que a sua detenção é sustentada pelas (falsas) declarações de Manuel Lima "Bravo".

QUEM TERÁ MORTO JORGE VALEIRO?

A pergunta fica por enquanto no ar. Apesar de que a família do malogrado tem vindo a público alertar que os jovens detidos e apresentados a imprensa como executores por parte da DNIC não eram o que mataram o Jorge Valeiro. Uma das evidências esta nas declarações do executor Teodoro que, ao falar a imprensa, revelou que foram eles que mataram o jovem, mas que não foram eles que o queimaram e arrancaram os olhos. Porém, pelas imagens e respectivas autopsias, o malogrado apresentava sinais de ter sido queimado e com os olhos arrancados.