Fazendo uma análise pragmática ao desempenho do presidente da Unita desde que assumiu a liderança da Unita em 2003, deveremos concluir que o grau de eficiência como líder da Unita foi bastante baixo e o seu desempenho muito pobre. A sua actuação desde 2003 foi pautada por um extremo amorfismo, no qual manifestou total incapacidade de reorganizar, mobilizar e galvanizar as bases do partido e a população Angolana em geral, apresentando ao eleitorado uma Unita rejuvenescida, que se posicionaria como uma alternativa viável ao desgastado governo do MPLA.


O lema da Unita é a Mudança, o povo Angolano agora pergunta: que mudanças foram introduzidas por Isaías Samakuva na organização interna e estrutura da Unita? Que alterações foram feitas a constituição do partido? Quantos novos membros se filiaram a Unita durante o seu mandato? A Unita mantém-se regionalista na sua composição? O Nepotismo ainda é regra?
São perguntas pertinentes cujas respostas foram enfaticamente dadas nas urnas.


Ficou agora mais que provado que Isaías Samakuva não possui qualidades para ocupar o cargo de líder da Unita por forca das suas fraquezas e das suas limitações, logo, nenhum líder chamaria para director da campanha eleitoral uma personalidade como o General Kamalata Numa. Um líder da oposição aonde os seus assessores não são nomeados com base na capacidade mas sim na afinidade o que contribui para um triste enredo institucional partidário, digno de um partido na antiga União Soviética. Um Presidente partidário que não tem Iniciativa, carece de Perspicácia e Audácia, tem um enorme défice de Carisma e cuja Autoridade na Unita e questionável.


Isaías Samakuva rejeita a autocrítica e opta por uma conduta de vitimização na qual todos os problemas da Unita foram impostos pelo MPLA. De acordo com alguns membros da direcção da UNITA (que por razoes obvias pediram para manter o anonimato), “Isaías Samakuva quer transformar os militantes UNITA num grupo de meros espectadores, que aplaudem a tudo que a direcção faz”. Outro membro afirmou que “A Unita esta completamente desconectada com a realidade Angolana porque o Samakuva perpetua a clausura do partido, falta-lhe carisma e uma visão clara para Angola.”


É lamentável ver um partido com a dimensão, Grandeza e História da UNITA neste estado lastimoso. Não é bom para a incipiente democracia Angolana ver o maior partido da oposição a autodestruir-se e por conseguinte eliminando um meio efectivo de fiscalização das acções do Governo.

 

Isaías Samakuva anunciou algumas mudanças de carácter paliativo, a nível da direcção do partido, nada substancial, tudo muito superficial, como quem esta a tentar tapar o sol com a peneira. Mudando os políticos mantendo as políticas. Não é disso que nos necessitamos, nos Angolanos necessitamos de uma mudança profunda na Unita revendo-se nos seus ideias de Democracia e Solidariedade, aglomerando todos os Angolanos independentemente de credo, raça ou filiação. Uma Nova Unita, sem Clientelismo, sem Benesses, sem Nepotismo. Uma Unita moderna, dinâmica representativa da realidade de Angola onde o desenvolvimento de Angola devera estar no centro de toda a sua Acção. 
 
  * Claudio Emanuel / Jornalista da Voice Of Africa Radio
Fonte: Club-k