A contagem de mortos por uma epidemia de cólera se aproxima de 600 pessoas, e o governo de Mugabe acusa as potências ocidentais de explorarem o episódio para forçar sua saída. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o cólera pode afetar até 60 mil pessoas no pior dos casos.

"Chegou a hora de Robert Mugabe sair", disse Bush em comunicado em Washington. "Por todo o continente, as vozes da África estão bravamente dizendo agora que é hora dele renunciar."

Mas a União Africana, mais cedo, deixou claro que não apóia medidas muito mais duras.

"Só o diálogo entre os partidos do Zimbábue, apoiado pela União Africana e por outros agentes regionais, pode restaurar a paz e a estabilidade no país", disse Salva Rweyemamu, porta-voz do presidente da União Africana e presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete.

Rweyemamu disse que o envio de forças de paz ou a queda de Mugabe pela força, como proposto por figuras proeminentes como o premiê queniano Raila Odinga e o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz, não estão entre as opções.

"Temos uma séria crise humanitária no Zimbábue. Temos cólera. Eles pensam que podemos erradicar o cólera com armas?"

A África do Sul se oporá a qualquer envio de tropas ao Zimbábue, disse um membro do governo.

Mugabe e o líder da oposição Morgan Tsivangirai, com a ajuda do ex-presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, chegaram em setembro a um acordo para a divisão do poder. Mas há um impasse sobre a forma de implementar o acordo.

A epidemia de cólera, junto com a escassez de comida, piorou o colapso econômico do país africano, que já foi relativamente próspero. Alimentos básicos estão se esgotando e os preços dos produtos têm duplicado a cada dia

Fonte: Reuters