Luanda exemplo claríssimo do descuido ambiental

a) Transtornos neurológicos: como irritabilidade, cefaleia, hipotonia, síndrome de super excitabilidade, sonolência, alterações sensoriais, tremores e enjoos.

b) Transtornos mentais: alterações do humor, e  do carácter, depressões e tendências suicidas.
c) Transtornos cardio pulmonares: alterações da frequência cardíaca, modificações da tensão arterial e alterações vasculares periféricas.
d) Transtornos reprodutivos: alterações do ciclo menstrual, abortos, infertilidade e diminuição do libido sexual.
e) Incremento de alguns tipos de câncer: como as leucemias agudas e os tumores do sistema nervoso central da infância.
f) Transtornos dermatológicos: hematites inespecíficas e alergias cutâneas.
g) Transtornos hormonais: alterações no ritmo e níveis de melatonina, substâncias neura secretoras e hormonas sexuais.
h) Trastornos inmunológicos: alterações do sistema de inmunovigilancia, antiinfecciosa e antihumoral.
A casuística sobre cancros e mortes associadas a  radiações electromagnéticas aumenta com cada estudo acreditando a perigosidade destas emanações.”

Primeiro: Como é bom, útil, ter Universidades...é para dar inveja! É bom recordar, que os médicos, no seu dia a dia, não têm mais tempo para dedicar-se a estas questões de investigação, e mais, no nosso caso, onde há 1 médico para 10 mil pacientes! É humanamente impossível fazer mais...compreendo agora, a frustração de muitos médicos!
Se tivéssemos Universidades, os investigadores, poderiam investigar por exemplo, “o impacto dos gases da Refinaria de Luanda na população das redondezas”, etc.,etc. Já li algo sobre isso, o aumento de casos de câncer, nas comunidades ao redor das refinarias;  Mas como não temos, e preferimos construir pavilhões de basquete, se houver problemas, já temos um nome: “doença estanha”! paciência!

Segundo: o ideal, é que eu esclarecesse, o significado de “campo electromagnético” e daqueles términos médicos; (alguém sugeriu-me, que eu devia cerrar os artigos e, não deixar que o leitor tirasse as suas próprias conclusões, ao contrário da opinião de consagrados críticos literários, que aconselham levar o leitor, a tirar as suas próprias conclusões, enfim, objecto de outro debate, não há tempo e espaço para tudo!); mas como não há espaço para tanto, e como os objectivos destes artigos, não são, basicamente, instruir ninguém, senão, introduzir e abrir o debate, aconselho a quem já a muito tempo se esqueceu da física da 8ª classe, como é natural,  a buscar em qualquer dicionário, e, já que está na net, para quê complicar-se? Utiliza o google, e vai encontrar todo o tipo de explicações, com imagens incluídas; creio que lhe será mais útil, até porque não domino a metodologia de ensino da física! Sobre os términos médicos, creio que estamos todos mais familiarizados!

Mas voltemos ao que interessa: Nestes tempos de reconstrução desenfreada, será que estamos preocupados com estes assuntos? Ou vamos fazer como sempre, em vez de aproveitar estes conhecimentos acumulados pelos outros, recorremos a terminologia simplista, ignorante e preguiçosa: “isto é coisa da terra dos brancos”!? Mas depois vamos lá, para eles curarem as nossas doenças!

Como se, submeter a qualquer projecto de construção de obra pública ou industrial, a uma informação de impacto ambiental e, adaptar o projecto, as recomendações da Declaração de Impacto Ambiental, fosse assim muito complicado; Sei que não estamos muito preocupados, apesar da fachada de um Ministério de Meio ambiente; As grandes obras, não respeitam ninguém, só mesmo o GRN do famoso general que todo o mundo já ouviu falar; é por isso que eles foram ao Lobito, e instalaram a famosa Central do Kileva, que nunca funcionou e que ninguém dá explicação e ninguém! Humilharam até o kota Dumilde, o 30%, que teve um momento de clarividência e opôs-se a instalação daquela sucata, naquelas redondezas; foi, pura e simplesmente ignorado; para incredulidade geral, instalaram aquilo mesmo ali, no meio da comunidade do pacato e sofrido cidadão, mas, a pemba (feitiço) dos kamutangres, inviabilizou o projecto! Nunca funcionou, nem vai funcionar, dizem os orgulhosos nativos!


Outro exemplo ainda, quem também não recorda, as consequências que provocaram a instalação da Central térmica do Lobito, ali nas salinas, na população de Flamingos, sinal de identidade, património daquela preciosa cidade?  Porque não só desapareceram os Flamingos, também, perdemos uma referência de indicação de câmbios no nosso habitat! Passa muitas vezes despercebido más, os  animais, são dos primeiros indicadores, de que algo vai mal no nosso ambiente!
Mas para isto até, nem é preciso estudar, ir a universidade..mesmo os mais velhos ignorantes, mas sábios, dos kimbos, sabem que a alteração da dinâmica de vida dos animais, indica sempre algo! Por exemplo, foram os nossos pescadores ignorantes, com as suas chatas artesanais, os primeiros a advertir que os russos estavam a arrasar os nossos mares, com os seus barcos arrastões, quando os peixes começaram a escassear! Felizmente, o Ministro Xirimbimbi, tomou conta do assunto!

Há milhares de exemplos por Angola fora; a própria cidade de Luanda, é um exemplo claríssimo do descuido ambiental que estamos submetidos: voltam a construir passarelas aéreas, quando em todo o mundo estão a ser substituídos por passagens subterrâneas; não há jardins, nem árvores, etc.: é muito famosa, o ar quente e nauseabundo que percebemos assim que desembarcamos no aeroporto 4 de Fevereiro.
 
De modos que, não perdemos nada, antes pelo contrário, se nesta fase de reconstrução, de grandes obras que se estão a fazer, cuidar um pouco da questão ambiental, incluindo a necessária declaração de impacto ambiental! Não é nenhum atraso de tempo; podemos perder 4 meses agora, mas ganharemos anos de vida, boa vida, saudável, sem estes problemas, que existem na “terra dos brancos”!

A não ser que, se queira estar submetido aquele conjunto de transtornos, mencionados no inicio; Não importa, são “doenças estranhas”!

Muito obrigado

* João Ondaka Yasunga (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
Fonte: Club-k