Lisboa - A Sonangol admitiu hoje, em comunicado enviado à Lusa, que uma "anormalidade" nas instalações no Namibe, sul de Angola, provocou a "redução da oferta" de combustíveis na província da Huíla, onde o preço no mercado paralelo disparou.

Fonte: Lusa

"Uma vez ultrapassada a situação e retomado o normal fornecimento a partir das referidas instalações, a empresa garante que o processo de abastecimento ficará regularizado nesta quarta-feira", lê-se no comunicado da Sonangol Logística.


A empresa não esclarece, contudo, o tipo de problema que esteve na origem da "anormalidade no fornecimento de combustíveis a partir das suas instalações no Namibe".

O relato das dificuldades sentidas no sul do país foi feito hoje pela televisão pública angolana que, citando testemunhos da população, diz que o problema começou há cerca de dois meses nos municípios à volta da capital da Huíla, no sul de Angola.

Na mesma reportagem é possível ver postos de abastecimento em Lubango com cerca de um quilómetro de filas e com automobilistas e taxistas (candongueiros) a afirmarem que chegam a esperar um dia para poderem atestar o depósito.

Já a Sonangol Logística afirma, na informação disponibilizada à Lusa, que "não há razões para a compra de combustíveis em quantidades desnecessárias", tendo em conta que estão "asseguradas todas as condições para o normal e regular abastecimento nessa região do país".

A situação na capital da Huíla agravou-se nos últimos quatro dias e estas filas já motivaram a subida dos preços no mercado paralelo, muito acima do valor oficial, tabelado pelo Estado, de 60 kwanzas por cada litro de gasolina (45 cêntimos de euro).

Alguns automobilistas ouvidos pela reportagem da televisão pública TPA dizem estar a pagar, a vendedores ambulantes, por um litro de gasolina até 300 kwanzas (2,20 euros), exatamente para tentarem escapar às longas filas que se formam.

Por falta de candongueiros - devido à falta de gasolina para as viaturas - os populares dizem que a situação está a levar muitos a faltarem ao trabalho.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana. Nos últimos seis meses, o país produziu cerca de 1,65 milhões de petróleo por dia.

Entre janeiro e maio as receitas fiscais com a exportação de petróleo de Angola fixaram-se em 9,4 mil milhões de euros, segundo dados do Ministério das Finanças.