Lisboa - Ricardo Salgado prestou declarações na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES. BES Angola fez parte dos esclarecimentos prestados aos deputados portugueses.

Fonte: Expresso

Rui Guerra "foi ameaçado fisicamente"

"Tenho a convição que nenhum dos recursos do BESA foi para membros dos governo de Angola. Os generais Leopoldino Nascimento e Hélder Vieira Dias ficaram muitíssimos indispostos em relação a Álvaro Sobrinho na assembleia geral de outubro de 2013 do BESA, obrigando a um adiamento da mesma", disse Ricardo Salgado na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, esta terça-feira.

O ex-presidente do BES afirmou, em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, que a "indisposição" dos generais em relação ao comportamento de Álvaro Sobrinho levou ao adiamento da assembleia geral do BES Angola de 3 para 20 de outubro de 2013. E prosseguiu dizendo que para o mal-estar em relação a Álvaro Sobrinho terá também contribuído o facto de ele ter aberto um pequeno banco em Angola. Banco do qual entretanto saiu, avançou o ex-banqueiro.

"A indisposição dos dois acionistas (Leopoldino Nascimento e Vieira Dias, conhecido como Kopelipa) do BESA foi muito forte contra Álvaro Sobrinho", sublinhou Salgado.

Quanto à pergunta de Mariana Mortágua sobre por que motivo se tinha incompatibilizado com Álvaro Sobrinho, responde: "Os jornais de Álvaro Sobrinho passaram a atacar-me pessoalmente e depois a Morais Pires" a partir de outubro de 2013. Salgado reafirma que não pode explicar a quem se destinaram os créditos, mas diz que "saiu um artigo no Expresso onde isso está mais ou menos explicado". O artigo tem como título: "Saque no BESA" e foi publicado a 7 de junho de 2014.

A subsituição de Álvaro Sobrinho por Rui Guerra na presidência do BESA foi difícil, diz Ricardo Salgado. "Rui Guerra foi ameaçado fisicamente", desvenda. Sobrinho foi afastado da administração do BESA no final de 2012.