Este quadro que disse remontar aos tempos em que era mantido de forma ilegal na cadeia continua em marcha até aos dias que correm, sendo o facto mais relevante a tentativa de implosão com a criação de uma ala que reivindicou sem sucesso um suposto golpe de Leitão sobre o partido ao alegadamente adulterar os estatutos do partido.

Não tendo vingado esta estratégia que quase lhe tirava a vida, por decisão correcta do Tribunal Supremo, que deu por improcedente as alegações contra a sua pessoa, Carlos Leitão começou agora a enfrentar o que considera um ataque político do regime, consubstanciado na perseguição aos seus principais correligionários, o último dos quais a prisão sem causa justa do secretário do Moxico, onde esteve a acompanhar o caso, e a si próprio.

«Eu cheguei na terça-feira e logo a seguir recebi uma notificação que foi entregue na sede do partido para eu estar no departamento de crimes selectivos na terça-feira próxima, dia 6, e é uma situação crítica porque eu estava de viagem marcada para o Kuando-Kubango. Veja como é que as coisas se apresentam: temos a prisão do nosso colega no Moxico e logo a seguir a notificação para responder no departamento de crimes selectivos que é um departamento que investiga jornalistas que não estão na bajulação e políticos que fazem oposição. É um departamento que está contra a democracia. È um departamento que eles criaram na investigação criminal para perseguir todas aquelas pessoas que o regime achaque de facto devam ser perseguidas.»

O político manifestou-se bastante preocupado com a situação, pois, segundo lembra, foi justamente nestas condições de perseguição e tentativas de implosão do partido que depois viria a desaparecer o fundador do PDP-ANA, Mfulumpinga Landu Victor.

Fonte: VOA