Possivelmente 50 Cent não se surpreenda tanto. Sua poesia e música são o reflexo e, constitui, inspiração do lugar onde o mesmo estava: o submundo. Não só da arte e da cultura, mas da política, da economia e de todos os valores que uma sociedade como democrática que pretende ser vai construindo.

A vergonha de um povo e nação não passa por esse tipo de situação, sociedade nenhuma tem que se sentir envergonhada por isso. Nossa vergonha passa pela falta de educação, a falta de emprego, passa pela fome e a falta de civismo. Não há que justificar nada, é o típico incidente que existe em qualquer lugar do mundo, em particular, no mundo ocidental capitalista. Onde tudo é perdoado, principalmente fatos desse tipo, desde que as regras de mercado funcionem muito bem. Isso é típico e característicos das sociedades liberais, adocicadas com todo tipo de misérias, e onde a vergonha é dissipada por todos os indivíduos, se ainda existe alguém aí à altura de sentir vergonha e ser responsabilizado pelo que aconteceu.

Já que mencionamos a palavra responsabilidade, num estado moderno e contemporâneo, o responsável desse sucesso estrondoso, de mérito nacional e internacional seria o próprio Estado. É a ele que cabe dar segurança a qualquer cidadão que se encontre dentro do seu território, sendo nacional ou estrangeiro. Ele é o único que tem força, poder e soberania para isso. Ele, também, é o único capaz de organizar a sociedade para que se evite ironias como às dos parágrafos anteriores.

Mas do que dar proteção aos seus cidadãos o Estado atual virou um mero contador de eventos, se bobear, é coisa que, possivelmente, com o tempo deixara de fazer. A lista dos eventos vai crescendo, as mortes, os assassinatos e roubos agora passam a ser as notícias principais dos nossos jornais. Sinto saudades das estupidezes de Isaias N’gola SamKuva, daquele bando de políticos de mafiosos que quase sempre aparecem aí de óculos escuros para denunciar supostas falcatruas ou fazer tormenta em copo de água com uma simples gota.

A urbe está pior que Chicago nos anos trinta do século passado. Os bandidos tornaram-se intocáveis. Alcapone viria e faria de Luanda o celeiro propício para recrutar a sua tropa, cobiçada por qualquer Dicappo mafioso contemporâneo. A velha e milenar ilha da Sicília seria mais segura, mesmo porque lá os bandidos sempre respeitaram as mulheres. Em Luanda já não se tem nem amor por elas, quem mata, às vezes, é quem deveria amar, o próprio namorado. E que some sem a polícia poder imaginar e ver o quanto o mesmo é organizado para escapar e desaparecer, se bobear, para sempre.

Posso imaginar o pavor e o medo. Principalmente, daqueles que não têm segurança e guarda costas, que não têm carros blindados para se protegerem.

Vai ter trabalho para criminalista nenhum botar defeito. Espero que esses, no mínimo, estejam bem contemplados no esquema da Administração Pública. Que sobre dinheiro para uma boa remuneração. Que no orçamento estejam contemplados como gente que têm Know How para desempenhar suas funções e que as exigências de trabalho sejam de e em on-job. Além dos professores da TPA2, que agora decidiram ensinar os pobres a fazerem sexo, através do canal presenteado, Angola merece os melhores profissionais...!!!!!!

Agora é só esperar, para ver e acreditar.

* Nelo de Carvalho
Fonte: wwww.blog.comunidades.net/nelo