Não está na moda defender governos, mas eu vou defender esse, em particular. Porque não aceito nem reconheço que inocentes paguem por crimes, além disso, como angolano, também sei quem são os criminosos desse povo. Nosso Bob, o inglêszinho está de parabéns, e não é para menos. Qual quer filhinho de papai, burguêszinho, que faz questão sempre de estar em moda, e entre elas a moda agora é sempre defender o politicamente correto, ser ativista; missão fácil, hein!!. Mesmo que para isso algumas doses de liamba e cocaína devem ser ingeridos antes de um bom discurso. Posso, ainda, dizer que esse talvez não é o caso de Bob Geldof, e não sendo, algo devemos recordar ao nosso ilustre defensor. Defendeu a coisa certa no lugar errado, defendeu as pessoas certas, mas com as pessoas erradas e talvez no momento inapropriado; defendeu o que deveriam todos defender em sã consciência, mas estava, infelizmente, rodeado de urubus. É uma pena que já não se fazem rebeldes como antigamente.

Já que a entrevista ou opinião em questão só pode caracterizar demência, muita ignorância, muita falta de informação ou então aquilo que eu suponho que Bob Geldof não fez antes da entrevista: Consumir sua injeção favorita, passando a noite maravilhosa com seus parceiros para acertar a propina, que seria a recompensa daquilo que lhe tornaria mais famoso do que já é. Além disso, devo agradecer ao nosso Bob, pela informação: não sabia que a Baia de Luanda já estava povoada de mansões, se é assim, esse lugar deve ser fantástico. Talvez o mais bonito do mundo. Se for verdade, não será que nosso Bob está possuído de uma certa inveja. Coisa que não acredito.

Quem é Bob Geldof, um sujeito desconhecido metido a rebelde e defensor dos pobres, numa época onde a obviedade passou a ser o cotidiano, e a rotina deve ser rompida provocando às pessoas decentes que precisam trabalhar para reconstruir um país. Bob Geldof é mais um filhinho desses de papai, talvez abandonado na adolescência, mas um desses que faz questão de querer e poder aparecer. Ora vejamos, não é pela liberdade de se ser rico, ter a sua mansão, a sua propriedade que a turma de terroristas angolanos andaram lutando e até mesmo matando o povo, não é acaso o capitalismo defensor da “santa e sacrossanta propriedade privada”; tão defendida, arrogantemente proclamada como vitoriosa e exitosa em cima da propriedade social. Se a propriedade dos milionários angolanos é criminosa, por que quê a dos ingleses, que andaram explorando e roubando o mundo inteiro, não pode ser vista assim. Por que quê a propriedade da monarquia inglesa não pode ser tida como um ato e fato de roubo e de ladrões. O fato de que existam vítimas que estejam melhores de que outras vítimas isso não exonera ladrão nenhum. Mas deixemos esse raciocínio para outra ocasião.

Bob Geldof nunca na sua vida, mesmo depois de uma grande dose de droga e de uma noite bem passada, lembrou-se de dizer que o seu país de origem vendeu armas, acolheu terroristas angolanos; que a partir do seu país saíram mercenários que violentaram mulheres angolanas e mataram angolanos. Nunca disse que no Zenze do Itombe haviam sido massacrados angolanos; nunca disse que em Kamabatela haviam sido assassinadas crianças, jovens; nunca se referiu que em Angola foi alcançada a paz, e que foram poupadas as vidas daqueles que andaram a assassinar as populações. Possivelmente entre seus ouvintes esteve alguém nessa situação: merecedor da clemência, e do perdão desse povo e do Governo que ele hoje diz ser criminoso.

Bob Geldof nunca se referiu que quando se solicitou dinheiro para a reconstrução do país à comunidade internacional, incluindo a Grã-Bretanha, rejeitaram esse apoio; sim embargo gasta-se bilhões de dólares, por semana, no Iraq; uma guerra que todos sabem e prevêem que a derrota dos invasores é uma questão de tempo. O senhor Bob, como milionário que é e rebelde, nunca apareceu para dar ajuda ou o seu apoio a esse povo para reconstruir o país, nunca solicitou um visto para vir a Angola, para in louco constatar o que de bom se está a fazer. Só sabe falar como um papagaio que repete incertamente o que lhe mandam falar; o que o clã Soares lhe mandou pronunciar como uma matraca.

Inventaram a até a ardilosa notícia de que o embaixador angolano saiu correndo sem dar resposta nenhuma. É o tipo de coisa que não merece mesmo resposta nem audiência.

Assim, a tal conferência foi um complot bem montado e organizado entre agentes internos, traidores como sempre e vende-pátrias, com aquelas turmas das cidades de Porto e Lisboa que não sabem camuflar a sua derrota. É bem possível, sim, que o Banco Espírito Santos apareça como um simples patrocinador de um evento que nem previsão tinha do que ia acontecer no mesmo. Duvido, mas aqui precisamos de fatos e provas para sair acusando.

Para esse governo aí deve se estar à altura, no mínimo, de se tomar medidas políticas, econômicas e diplomáticas; irmos criando a cultura de defender e cuidar de nossos interesses mesmo fora do país, regras e leis devem existir. Que se faça algo; é o mínimo que exigimos. Não para defender os milionários atacados por Bob Geldof, mas para dizer a ele, e a turma das cidades do Porto e Lisboa, que os criminosos desse povo estão bem identificados, temos todos eles aqui conosco. E que pedimos a colaboração do Senhor Bob e quem quer que seja, através de suas influências e poder, se verdadeiramente os têm: que tal uma intervenção do tribunal da Haia, aquele tribunal que caçou e julgou o Slobodan Mihajlovic. Muito bem poderia servir para caçar e julgar nossos criminosos. A idéia está lançada! Veremos se agora aparece um defensor dos povos sofridos desse mundo, com direito a um patrocínio à altura, por um banco famoso e gente adinheirada, querendo saber de que lado está a verdade. E de preferência com a contratação de bons historiadores, não aqueles subornados pela academia portuguesa de história, que sinceramente deixariam muitos a desejar.

Esperamos por uma resposta, por quem de direito deve encaminhar e apurar tais responsabilidades! Estamos a caça sim dos criminosos, daqueles que andaram traindo e fazendo sofrer nosso povo ao longo desses 40 ou 30 anos. Daqueles que andaram fazendo a guerra desnecessariamente, pondo bombas nas praças e nos parques, destruindo as pontes, atacando comboios, caminhões, matando nossas crianças e mulheres. Daqueles que prometeram e promoveram a somalização do país e acompanharam o guerrilheiro mais fracassado de toda a história.


* Nelito de Carvalho
Fonte:
http://www.blog.comunidades.net/nelo