Ottawa – O chefe do sector consular da Embaixada de Angola no Canadá, Emanuel de Fontes Pereira, salientou, neste final de semana, que a conquista da paz  definitiva em Angola fez ressurgir a esperança de uma vida melhor para os angolanos.

Paz fez ressurgir esperança de
uma vida melhor para os angolanos

Recursos naturais, (...) bem geridos

O diplomata, que falava durante uma palestra realizada na cidade de Toronto, em alusão ao sétimo aniversário da assinatura do memorando de entendimento que marcou o fim de 27 anos de guerra no país, salientou que o percurso percorrido pelos angolanos para o alcance da paz foi marcado por etapas muito deficeis.

Mencionou a falta de estabilidade política, social e económica que existia no pais, que impossibilitava a circulação de pessoas e bens, bem como da destruição das principais infra-estruturas do país.

Ao fazer uma retrospectiva da guerra, frisou que a mesma afectou directamente toda a população do pais, obrigando milhões de pessoas a abandonarem as suas áreas de residência o que destruiu centenas de milhares de famílias e causou danos físicos e psíquicos a outras dezenas de milhares de pessoas.

Por esse facto, citando o Presidente da República, José Eduardo dos Santos , reconheceu que somente “a paz cria as condições para o desenvolvimento.”

A guiza de exemplo, o diplomata mencionou que a economia angolana tem conhecido um crescimento significativo, tendo registado um crescimento avaliado em 92.4 porcento em termos reais, no periodo de 2004 a 2007, o que constituiu um dos maiores índices de crescimento do mundo.

Emanuel Fontes Pereira referiu-se igualmente aos baixos índices de inflação que se regista no pais, quotados em 10 porcento, após terem atingido em  1996, uma taxa acumulada de três mil porcento.

Quanto aos recursos naturais, afirmou estarem a ser bem geridos, salientando que a produção dos diamantes atingiu, em 2007, a cifra dos 9.7 milhões de quilates, a do petróleo, em 2008, de 1 milhão e 92 barris por dia, o que levou o país a ser classificado como o maior produtor do crude negro em África e o quinto maior fornecedor para os Estados Unidos da América, cifras estas que lhe garantiu a entrada, como membro de pleno direito, na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Ao referir-se sobre as eleições realizadas em Setembro de 2008, frizou que constituiram para África e para o mundo um exemplo de participação democrática, civismo, o que espelha bem o processo da consolidação da democracia em curso no país, bem como do fortalecimento da reconciliação e reconstrução nacional e da recuperação da estabilização económica.

Por sua vez, ao abordar o tema “Juventude e os novos desafios, “o médico angolano radicado no Canadá, Acácio António Van-Dunem, referiu-se da necessidade da preservação da paz como um meio precioso para o desenvolvimento do país e de  se promover a democracia e a liberdade de imprensa na sociedade.

Para o orador, a preservação da paz passa pelo respeito pelas diferenças e que cada angolano deve sentir-se responsável pelo processo de reconstrução nacional que ira permitir ao país inserir-se no concerto das nações.

O palestrante referiu-se igualmente, na sua alocução, ao resgate dos valores étnicos da sociedade angolana, do respeito ao próximo e do combate a violência doméstica, drogas e  alcoolismo.

Por seu turno,o presidente em exercício da comunidade angolana local, Hermegildo Jacob, corroborou da opinião dos seus predecessores ao salientar que só com a paz o país tem podido desenvolver-se nos dominios económicos, políticos e social e fez um apelo aos angolanos na diaspora para darem o seu contributo no processo de reconstrução em curso.

As celebrações do sétimo aniversário da paz em Angola foram encerradas com a realização de uma confraternização que envolveu angolanos residentes nas diversas cidades deste país, bem como de membros da Missão Diplomática angolana.

O 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional, pela sua importância histórica e pelo muito que representa para cada um dos cidadãos, constitui uma das mais valiosas conquistas dos angolanos e cativou já o seu lugar na história recente do país.

Fonte: Angop