As nossas Cordiais Saudações.

Caro leitor, por intermédio desta, viemos ao público compartilhar aquilo que tem sido a vida dos estudantes Bolseiros do INAGBE no Reino de Marrocos.

Dia 27 de Janeiro de 2016, foi o último dia que recebemos um duplo complemento de bolsa referente aos meses Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro de 2015. Desde então, não recebemos nenhum complemento de bolsa até aos dias de hoje.

Estamos a nos referir a exactos *7 meses* sem complementos de bolsa que para a vida de um estudante representa um caos, tendo em conta que dependemos 90% da mesma para sobrevivermos de uma forma digna neste país. E que vemos os outros 10% {ajuda dos nossos familiares} sendo totalmente excluídas devido ao bloqueio dos cartões Visa e outros meios de transferência de dinheiro.

Nos encontramos numa situação lastimável na qual os estudantes:
- Estão sendo expulsos das suas casas por falta de pagamentos das rendas e com elevadas contas de água e energia;
- Estão sem alimentação;
- Problemas de saúde;
- Não conseguem resolver as suas situações legais dentro do país, [cartas de residência] sendo sujeitos a comparecerem em tribunal;
- E entre outros.

Uma eternidade! Como poderemos viver nessas condições num território alheio, aonde é: *cada um por si e Deus para todos*?

Face à situação, da nossa embaixada só temos simplesmente calmantes (palavras confortantes). Mas será que é disso que vamos viver? Da calma?

Perdeu-se a honra, o respeito, o patriotismo e principalmente o amor ao próximo, visto que nem ajuda temos daqueles que por norma têm o direito e o dever de nos acudir.

Segundo informações do INAGBE, nos é sabido que os pagamentos dos complementos de bolsa já foram efectuados a um bom tempo. Nós estamos sobre tutela do Sr. KIAFUKA MALETA DIEDONE, Responsável Administrativo do INAGBE para o Magreb, exercendo o seu poder à partir da Argélia.

Tendo uma das nossas colegas comunicado o mesmo Sr. no dia 14-07-2016, para alertá-lo sobre as situações acima citadas, o mesmo tratou-lhe com tanta frieza e arrogância. Não mostrou-se preocupado, e nada falou sobre o assunto da bolsa. Temos provas (áudios), onde perceberão a humilhação que o mesmo nos faz passar.

No mesmo dia (14-07-2016), em forma de protesto e sem alternativas face à situação, nos dirigimos ao Nosso território dentro deste país [Embaixada de Angola no Reino de Marrocos] e tentamos passar a noite na Embaixada. Sem sucesso. Os polícias chegaram e nos disseram que a mando do Ministro Conselheiro nós éramos impedidos de lá permanecer e de uma forma menos boa fomos sujeitados a sair.

Até onde irá essa humilhação?!

Como estudantes, sugerimos algumas acções que a embaixada poderá (poderia) aplicar de formas a minimizar o nosso transtorno:

- Contactar os proprietários das casas dos estudantes de formas a atenuar a situação ou emitir documentos na qual nós estudantes poderemos entregá-los [em nome da embaixada] para apaziguá-los e ganharmos mais tempo na resolução da renda;
- Criar uma linha de crédito para os estudantes, com um valor a acertar, de formas a suprir algumas necessidades básicas, com a cláusula de reembolsarmos o dinheiro desde que nós tenhamos os nossos complementos;
- Mostrar mais interesse na causa de formas a nos confortar e amparar. *

UNIEM — união dos estudantes do inagbe no Marrocos