Lisboa - Um capitão reformado do Exército argentino, de 66 anos, e um agente da polícia aposentado, de 70, suicidaram-se, na última segunda-feira, depois de terem sido acusados de violação dos Direitos Humanos durante a última ditadura argentina (1976/83), revelou fonte da polícia à AFP em Buenos Aires.  

Repressores sociais e económicos em Angola

O capitão Alfredo Marcó, segundo a referida fonte policial, deu um tiro na cabeça depois de ter sido acusado de envolvimento em tortura durante a ditadura, enquanto o agente Segundo Garro apareceu morto com um tiro no coração depois de ter sido citado num outro caso de violação de Direitos Humanos.

Suspeito de torturar presos durante o regime militar, Marcó matou-se na sua residência, na província argentina de La Rioja, revelou um porta-voz da polícia local.

O capitão Marcó, segundo a AFP, liderou a intervenção no jornal “El Independiente”, após o golpe de Estado, e o jornalista Plutarco Schaller o identificou como um dos seus torturadores.

Garro, um ex-oficial do departamento de Informações (D2) da polícia de San Luis, foi encontrado morto numa estrada, e a polícia investiga o caso como "suicídio".

Ora aí está. Cá se faz, cá se paga. Bem feito para Alfredo Marcó e para Segundo Garro, dois repressores ( e também torcionários) que durante a ditadura se terão divertido à beça com a dor, sangue e lágrimas do povo argentino.

O primeiro disparou contra a sua própria cabeça (ainda bem!).  O outro foi encontrado morto numa estrada e com uma bala alojada no coração. Os deuses não dormem (ah!, não sabiam?) e, além do mais, não há crime nenhum -  seja de que tipo for - cometido à face da terra que fique impune. Não há mal que dure para sempre.
 
O episódio, desta vez, teve lugar em Buenos Aires, capital argentina. Mas também poderia ter tido como palco perfeito Luanda, capital angolana,onde temos muitos (os dedos das mãos e dos pés não chegam para enumerá-los) repressores (e também torcionários!).

Repressores ( e também torcionários), no caso vertente de Angola, são todos aqueles que se julgam fadados apenas para (co) mandar e não para serem (co) mandados.

Repressores (e também torcionáros), no que a Angola diz respeito, são todos aqueles que insultam a inteligência dos angolanos promovendo diariamente a exclusão social e económica.

Repressores (e também torcionários), no que tange a Angola, são todos aqueles que comem (absolutamente) tudo (e mais alguma coisa) sem deixar nada para os descamisados.

Repressores (e também torcionários), no que concerne a Angola, são todos aqueles que se valem (in)devidamente do seu estatuto económico, social e político para matarem, de várias formas, os outros angolanos.

Os repressores (e também torcionários) angolanos não têm, digo eu, a paz de espírito que era suposto, possível e desejável ter nos tempos que correm. Têm, isto sim, a consciência pesada e não têm o sono dos justos.

Por isso quando o fruto cair de maduro vamos ver muitos dos actuais repressores  torcionários e torcionários repressores a enfiarem um balázio no coração e na cabeça própria.

Que Deus conserve a via e a saúde do Povo angolano para assistirmos ao espectáculo que vai, certamente, dispensar bilhete de acesso.

* Jorge Eurico
Fonte:http:www.jorge-eurico.blogspot.com