Lisboa - O ministro do Interior, Angelo Tavares, mandou suspender a emissão de vistos de entrada em Angola através da plataforma online.

Fonte: Club-k.net

O  titular do Interior ordenou , há três meses, a suspensão de vistos da plataforma digital Visa Angola, inaugurada há um ano e que permitia a emissão de permissão de entrada no país dos cidadãos estrangeiros, sem necessidade de recorrerem mais aos serviços dos consulados e missões diplomáticas de Angola espalhadas pelo mundo.


De acordo com a explicação de uma fonte,  quem deve controlar os vistos,  por lei,  é o Ministério do Interior através do SME e não o MIREX. Para a  fonte  o referido sistema online é  “um esquema de visto em que o pedido é feito online e o solicitante obrigado a fazer o pagamento através do cartão de credito e por sua vez os fundos vão  para uma conta na Holanda, alheia ao SME”.


“Há muitos estrangeiros que entraram para Angola através deste sistema sem que o SME  tivesse controle”, relata a fonte responsabilizando os homens do Serviço de Inteligência Externa (SIE) que terão sido coniventes  com os responsáveis do MIREX que implementaram este sistema de pedido de visto tido como “paralelo”.


Alegadamente, a ordem do ministro do Interior tem a ver com o controlo da emigração ilegal, cujas redes de apoio estarão a sofisticar os meios e técnicas para contornarem as medidas de controlo que têm sido adoptadas pelas autoridades angolanas e que viram nesta plataforma online de atribuição de vistos uma das formas de entrada em Angola.


Contudo, fontes diplomáticas acreditam que a medida de Angelo Tavares poderá estar também relacionada com um suposto negócio milionário provavelmente dirigido pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Pinto Chicoty, e que terá como "sócios" o diplomata  João Pessela, actual director do Instituto das Comunidades e Serviços Consulares, e o seu adjunto, Martins Fernandes, que criaram uma conta própria fantasma (laranja) de que apenas os três são gestores e para onde são encaminhados os valores cobrados aos cidadãos estrangeiros que pretendem entrar em Angola.


Desde a entrada em funcionamento desta plataforma digital Visa Angola que as Missões Diplomáticas e Consulares, deixaram de ter qualquer benefício na emissão dos vistos de entrada em Angola e o dinheiro cobrado não é certo ir para os cofres do Estado, como seria lógico, indo para a conta laranja do trio do MIREX.


As fontes que denunciaram a situação, acreditam ainda que a medida do ministro do Interior de apenas se emitirem vistos presenciais junto dos consulados e missões diplomáticas, com autorização prévia do SME, tal como acontecia no passado.


A criação desta plataforma, que é dirigida por  João Pessela, foi justificada como sendo para facilitar e tornar mais célere a atribuição de vistos de entrada em Angola mas na verdade poderá tratar-se de um expediente para enriquecer estes três citados responsáveis do MIREX.

 

Numa altura em que o país já vive sobressaltado pela onda de emigração ilegal, o uso desta plataforma pode contribuir para a entrada de cidadãos estrangeiros de uma maneira legal mas com fins inconfessos, colocando em perigo a soberania nacional.