Luanda - No âmbito das mortes que estão a ser levadas a cabo pelas forças de segurança na Guiné Bissau, o chefe de estado maior do exercito daquele pais, José Zamora Induta inclui na sua lista como próximo “a abater”, o activista Fernando Casimiro “Didinho” (na foto) a residir em Portugal. A denuncia é revelada pelo activista num artigo de opinião divulgado esta Quarta feira.


O GOVERNO JAMAIS ESCLARECERÁ NADA DO QUE TEM ACONTECIDO NA GUINÉ-BISSAU, PORQUE É PARTE DO PROBLEMA!

Hoje querem mostrar que há autoridade do Estado e que as Forças Armadas, as mesmas que têm decidido tudo na Guiné-Bissau, a mando de José Zamora Induta, obedecem ao poder político. Nada mais falso e, uma vez mais, contraditório.

Em primeiro lugar, quando o Governo "ordena a imediata entrega às instâncias judiciais competentes de todos os detidos relacionados com os trágicos acontecimentos da passada sexta feira", esse mesmo Governo está a disparar contra ele próprio.

Quem afinal, deveria coordenar as acções quer dos Serviços de Informação do Estado, quer das Forças Armadas, desencadeadas contra as pessoas que foram assassinadas, bem como as detidas e torturadas?!

Quem afinal, deveria ter a garantia de que as suspeições sobre uma alegada tentativa de Golpe de Estado assentavam em argumentos consistentes e, quiçá, credíveis, dando aval para uma intervenção responsável das Forças de Defesa e Segurança, caso se justificasse?!
Quem afinal, deveria emitir um Comunicado, depois do término da intervenção, caso se decidisse por isso, tendo já, as provas para apresentar quer à opinião pública nacional, quer à opinião pública internacional?!

Quem deveria dirigir-se ao país, de imediato, no sentido de pedir calma aos guineenses e dar garantias de tranquilidade às populações?!
As Forças Armadas devem obediência ao poder político, neste caso, ao Governo.
O Ministro da Defesa estava ausente do país, regressou e ficou mudo...
Do Ministro do Interior, que é responsável pelos Serviços de Informação do Estado, até hoje não se ouviu nenhuma palavra...

Então, se o Governo, reunido em Conselho de Ministros após as mortes de Hélder Proença, Baciro Dabó e mais 2 cidadãos nacionais e baseando-se num Comunicado dos Serviços de Informação do Estado, assinado por um Director-Geral Adjunto, assume que realmente houve uma tentativa de golpe de Estado e na sequência dos alegados confrontos/resistência dos golpistas, houve mortos, isso quer dizer que o Governo, sem fazer a sua parte e sem exigir responsabilidades pelo facto de, alegadamente, só ter sido informado dos acontecimentos, depois da emissão desse Comunicado, não condenou a ilegalidade dos Serviços de Informação do Estado, que agiram sem dar conhecimento ao Ministro da Tutela, que, por sua vez, deveria informar detalhadamente o Governo sobre a existência de uma alegada tentativa de golpe de Estado.

As Forças Armadas, caso obedecessem ao poder político, deveriam, antes de agir, dar conhecimento ao Ministro da Defesa ou, na sua ausência, ao seu substituto, que se encarregaria de comunicar a situação ao Governo. Pelos vistos não o fizeram!
Nenhuma formalidade institucional foi cumprida quer pelos Serviços de Informação do Estado, quer pelas Forças Armadas.

O Governo, ao invés de tentar enganar, uma vez mais, a opinião pública "ordenando" a entrega de todos os detidos às instâncias judiciais, deveria de imediato exonerar o Director-Geral Adjunto dos Serviços de Informação do Estado e solicitar um inquérito urgente a esses serviços.

O Governo, ao invés de querer mostrar que tem autoridade, deveria pôr em prática essa autoridade e propor a exoneração imediata do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, José Zamora Induta, por desobediência, tendo assumido a acção militar contra pessoas que, na altura nem estavam armadas nem estavam em posição de assalto ao poder.

Deveria haver uma responsabilização criminal quer dos responsáveis dos Serviços de Informação do Estado, quer do Estado-Maior das Forças Armadas, envolvidos nas matanças, detenção e tortura infundada de cidadãos nacionais.
Entretanto, o povo guineense deveria exigir a imediata demissão do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. elemento cúmplice dos desmandos e das matanças que ultimamente têm ocorrido na Guiné-Bissau!

Este mesmo Governo que diz querer esclarecer o que realmente aconteceu, reuniu-se com representantes da Comunidade Internacional em Bissau e, das alegadas provas que o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado garantia existir, nada foi apresentado aos representantes da Comunidade Internacional, nesse encontro que, visava essencialmente explicar o que tinha acontecido...
Provas...?!

Chega de estratégias hipócritas, de mentes doentias!
Vamos continuar a trabalhar!

Nota: Hoje vi uma lista dando conta de eu ser o "porta voz" de um grupo referenciado pela equipa de matadores como alvo a abater e que eu, Fernando Casimiro (Didinho), mesmo estando fora da Guiné, seria o próximo alvo...

Aqui estou, Sr. José Zamora Induta e Sr. Carlos Gomes Jr....Não me admira que essa seja a verdadeira razão da permanência de Carlos Gomes Jr. em Portugal, pois com o dinheiro da Guiné-Bissau poderá contratar pessoas para lhe fazerem esse serviço...

* Fernando Casimiro (Didinho)
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Fonte: Didinho.org