Luanda - O cabeça-de-lista do MPLA às eleições gerais angolanas pediu hoje o foco para a identificação da bandeira do partido no boletim de voto, nos dias que antecedem o escrutínio, como forma segura de garantir a vitória.

Fonte: Lusa

João Lourenço deslocou-se à província do Bié, no centro de Angola, para um ato político, no âmbito da campanha para as eleições gerais de 23 de agosto.

 

Perante milhares de pessoas, o candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) à eleição indireta para Presidente da República, lembrou que chegou o mês de agosto e o pleito eleitoral é já uma questão de dias.

 

Segundo o também vice-presidente do MPLA, ainda há tempo para se realizar o que ainda não foi feito ou dar-se continuidade ao que já começou a ser feito, nomeadamente a educação para o voto.


"Esses 21 dias não façamos outra coisa senão ensinar os nossos cidadãos a votar bem, no quatro [posição no boletim de voto], no MPLA, na bandeira do MPLA", disse João Lourenço, acrescentando que a maneira mais simples é com a identificação da bandeira.

 

"A nossa bandeira é bastante conhecida, ninguém pode dizer que não conhece a nossa bandeira, num desses comícios, a brincar, eu dizia que a nossa bandeira é mais conhecida que a Coca-Cola", disse, numa alusão à bandeira nacional angolana.

 

"Portanto, é a bandeira, os educadores para o voto devem agarrar-se à bandeira, o candidato, por muito que seja conhecido, não pode ser mais conhecido que a bandeira do MPLA, isso é impossível", admitiu, reforçando que com a localização da bandeira, o MPLA tem "a vitória assegurada".

 

No seu discurso de quase uma hora, o candidato do MPLA referiu-se igualmente ao passado histórico da província do Bié, fortemente atingida no período de guerra civil, considerando que a mesma "deveria passar para a história como a cidade do perdão".

 

Para João Lourenço, a província do Bié e a sua capital, Cuito, são a "cidade do perdão, da tolerância", por terem sabido "perdoar, serem tolerantes ao ponto de terem contribuído bastante para que a reconciliação nacional entre os angolanos vingasse".

 

João Lourenço pediu o voto do povo do Bié, para acabar com a fome, pobreza e a miséria, que ainda graça por algumas regiões do país, reativando a agricultura e a indústria, promovendo milhares de empregos para a juventude.

 

Sem citar nomes, deixando a identificação para os militantes, o cabeça-de-lista do MPLA recordou que o país já teve num passado recente um potencial de indústrias, no entanto, destruídas em tempo de guerra.

 

"Vamos repor as indústrias, não só para que voltemos a produzir os bens industriais, mas sobretudo para resolvermos um problema, que é o emprego. Aqueles que destruíram a indústria e, consequentemente, destruíram os postos de trabalho que a indústria oferecia são os mesmos que hoje vêm dizer que a juventude não tem emprego", acusou.

 

"Hoje com maior descaramento vêm dizer que a juventude não tem emprego. Vamos criar milhares de postos de trabalho para a nossa juventude. Os que destruíram os postos de trabalho vão ser penalizados e duramente penalizados (...) vamos castigá-los no voto, é a melhor forma de os castigar", frisou.