Luanda - As duas principais forças da oposição voltaram a apresentar, hoje, reclamações à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) decorrentes de alegadas irregularidades no processo de apuramento dos votos das eleições gerais de 23 de Agosto. As queixas levaram a CNE a suspender o plenário que estava marcado para esta manhã.


Fonte: Novo Jornal/Lusa

De acordo com a porta-voz da CNE, a reunião plenária da CNE, que deveria ter decorrido esta manhã - para se dar início ao apuramento nacional dos votos - foi suspensa em virtude da apresentação, por parte da UNITA e da CASA-CE, de novas reclamações sobre o processo eleitoral.


Júlia Ferreira esclareceu que a queixa da UNITA decorre da alegação de que nas províncias de Benguela, Lunda-Norte, Cunene, Namibe, Moxico e Luanda, as actas de apuramento provincial não seguiram a tramitação legal.


Já a CASA-CE sustenta que as irregularidades com as actas aconteceram nas províncias do Kuando Kubango, Huambo, Moxico e Malanje.


"Nós apresentamos uma denúncia do número de eleitores, que não era o real na província do Moxico, e na província do Kuando Kubango, Huambo e Malanje", precisou a mandatária da CASA-CE, Cesinanda Xavier.


"Em face destas duas reclamações o plenário da CNE reunido hoje deliberou na constituição de um grupo de trabalho, que, ainda hoje até às 20:00, deve ter concluído a resposta a ser apresentada pela CNE das reclamações formuladas, e para este efeito haverá um outro plenário às 20:00 para apreciação das respostas que serão proferidas pela CNE", explicou a porta-voz do órgão eleitoral, citada pela agência Lusa.


As novas reclamações da UNITA e da CASA-CE surgem um dia depois de o Tribunal Constitucional ter rejeitado o pedido de impugnação apresentado pela coligação, concluindo que a CNE respeitou todos os procedimentos legalmente previstos para divulgação dos resultados provisórios das eleições gerais.


De acordo com a última actualização dos resultados eleitorais provisórios divulgados pela CNE, e disponíveis online, o MPLA lidera destacado a contagem, com 61,05% dos votos, seguido da UNITA com 26,72 %, da CASA-CE, com 9,49 %, do PRS com 1,33%, da FNLA com 0,91% e, por último, da APN, com 0,50 por cento.


A abstenção é de 23,43%, que corresponde a 2.160.832 eleitores dos cerca de 9,3 milhões registados.