Luanda - Bento Kangamba, antigo membro do Comitê Central do MPLA que agora dirige um clube de futebol, o Kabuscorp do palanca é acusado de ter subordinado o arbitro do jogo que envolveu duas equipas do girabola acabando por assombrar, no passado fim de semana, o campeonato de futebol da I divisão. A acusação parte de Paulo Rangel, Presidente da acadêmica do Lobito cuja equipa disputou com a de Kangamba.
E ainda se gaba “Não posso esconder que temos dinheiro, se temos, temos”
A denuncia de suborno feita pela direcção dos estudantes do Lobito conta que a situação terá ocorrido durante um jogo entre duas equipas, e segundo noticias postas a circular na semana passada, depois de o arbitro da partida, o benguelense Romualdo Baltazar, ter permitido que os adversários jogassem mais 10 minutos para alem da hora regulamentar, numa altura em que a equipa caseira vencia por duas bolas a uma.
Os minutos acrescidos oferecidos pelo juiz do jogo permitiu ao Kabuscorp empatar a partida, originando-se daí um clima de enorme contestação ao arbitro benguelense. Paulo Rangel revelou que durante o jogo ouviu de Bento Kangamba declarações que o permitiam acreditar que o arbitro tinha sido corrompido.
“O Presidente Bento Kangamba disse em tom de voz que o Kabuscorp não perderia o jogo porque tinha dinheiro”, disse o presidente da Acadêmica do Lobito a Radio Cinco.
E, Paulo Rangel foi mais longe recusando-se a aceitar o resultado da partida, por, segundo ele ter sido “fabricado” por Romualdo Baltazar. O repudio manifestado pelo dirigente desportivo aos jornalistas presentes no estádio revelou-se contundente. “Este arbitro foi corrompido. Este é um caso de corrupção no nosso futebol que devemos denunciar”., atirou ele.
A direcção do clube lobitanga deixa claro, no entanto, que não vai desistir do caso enquanto não se apurar a verdade desportiva. Os responsáveis da equipa treinada por Agostinho Tramagal sentem que foram gravemente “roubados” pelo arbitro, numa situação em que acreditam que a vitoria não mais fugiria a equipa, caso Romulado Baltazar não acrescentasse os dez minutos.
Kanganba desmente
Tal como já se previa, as acusações de Paulo Rangel não foram muito bem acolhidas no seio da formação do palanca. De acordo com o seu presidente de direcção, as declarações do responsável da Acadêmica do Lobito são “graves” e “desmedidas”. Bento Kangamba considera mesmo que o dirigente em causa “pode ter falado numa altura em que estava quente demais e não mediu as palavras”, razão pela qual espera que Paulo Rangel se retrate.
“O que eu disse que o Kabuscorp tem dinheiro, mas não afirmei que seria para corromper qualquer árbitro. Não posso esconder que temos dinheiro, se temos, temos! Agora , a Academia é uma equipa que tem o patrocínio da Sonangol, mas o Kabuscorp vive do meu dinheiro”, explicou-se o mediático líder do clube do Palanca.
Fonte: Jornal AGORA
