Luanda - O consumo excessivo de bebidas alcoólicas de fabrico caseiro mata, em média, quatro a cinco pessoas por mês no município do Sambizanga, em Luanda, indicam dados da administração local, que referem igualmente que o uso de estupefacientes também tem causado muitas mortes.
Antigos frequentadores de alambiques do mercado Roque Santeiro e outras comunas do município, são as principais vítimas, segundo a administração, que disse apoiar quatro a cinco funerais por mês.

O Roque Santeiro é um dos principais pontos de fabrico e consumo de quimbombo, kaporroto e Macau, bebidas caseiras fermentadas.

 De acordo com a administração, os frequentadores destes locais são cidadãos com idades compreendidas entre 14 e os 45 anos, que realizam pequenos negócios, como acarretar água. Alguns dedicam-se ao furto, para comprar bebidas fermentadas.

O fabrico destes produtos é sempre feito em condições precárias e sem higiene e o preço das bebidas varia entre 30 a 100 kwanzas. “Estas pessoas estão de tal modo envolvidas no alcoolismo que para elas a alimentação não tem importância, pois tais bebidas fazem a vez da refeição”, refere a fonte da administração.

No Sambizanga, além do Roque Santeiro, a comuna do Bairro Operário é outro local com vários alambiques. A concentração de consumidores começa às primeiras horas do dia.

Recentemente, o administrador municipal do Sambizanga, José Tavares Ferreira, determinou, durante um encontro com proprietários dos alambiques, o encerramento destas casas, aconselhando-os a mudarem de negócio.

Alertou para as consequências causadas por estas bebidas e apelou aos munícipes a absterem-se da sua venda, substituindo-a por sumos, refrigerantes, refeições, cerveja ou vinhos, devendo para o efeito terem autorização das autoridades competentes.

O município do Sambizanga tem dois centros de formação profissional, um do Governo de Luanda e outro da Igreja Católica e ainda um pavilhão de artes e ofícios, situado no interior do mercado Roque Santeiro.
Ali são formados jovens antes envolvidos no alcoolismo e na delinquência.

Nestes centros, com capacidade para 120 alunos cada, alguns jovens antes envolvidos no alcoolismo aprenderam profissões como informática, electricidade, corte e costura, alvenaria e reparação de computadores.

Fonte: Jornal de Angola