Paris - Na quinta-feira passada, dia 01/11/2018 em Luanda, o Presidente da CASA-CE, Abel Epalanga Chivukuvuku, iniciou o processo que chamou de "refundação da CASA-CE", e deu assim posse aos Coordenadores que irão gerir diferentes áreas de ação desta coligação. Na verdade, os "Coordenadores" ora empossados não são outras pessoas senão os Presidentes dos Partidos que constituem a CASA-CE mais duas outras figuras, e que eram até aqui os Vice-presidentes desta organização política, no caso de alguns, e simplesmente Presidentes dos Partidos constituintes desta coligação e Conselheiros do Presidente da coligação, sem estatuto de Vice-presidentes, para outros.

Fonte: Club-k.net

Agora todos eles estão no mesmo nível com o estatuto de "Coordenadores" das diferentes áreas de ação da CASA-CE.


Trata-se de Manuel Fernandes (Partido PALMA), Alexandre Sebastião André "ASA" (Partido PADDA-AP), Sikonda Lulendo Alexandre (Partido PNSA), Felé Antonio (Partido PPA), Justino Feltro Pinto de Andrade (Partido Bloco Democrático - BD), Simão Makazu (Partido PDP-ANA), André Gaspar Mendes de Carvalho mais conhecido por Miau, ex-vice-presidente da CASA-CE e Presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, e enfim, Cesinanda Teresa Kerlan Narciso, ex-Vice-presidente da CASA-CE. Convém sublinhar que o Vice-presidente Lindo Bernardo Tito ficou de fora, não faz parte dos Coordenadores empossados.


A estes Coordenadores foi atribuído uma área de ação da CASA-CE em que irão atuar.


Algumas vozes dizem que estes Coordenadores juntos com o Presidente Chivukuvuku constituem o novo Colégio Presidencial. Mas o próprio Presidente Chivukuvuku na entrevista à imprensa concedida à margem da cerimónia, disse que ainda não é o Colégio ou Conselho Presidencial. E que está-se a espera da decisão do recurso feito junto do Tribunal Constitucional que deverá, normalmente, ser conhecida o mais tardar até dia 25/11/2018, para em seguida se constituir o Conselho Presidencial bem como prosseguir o processo de refundação da CASA-CE.


Convém igualmente sublinhar que apenas os títulos e algumas pessoas mudaram. O resto tudo continua tal como sempre foi desde à fundação da CASA-CE. Pois, os Vice-presidentes da CASA-CE tinham cada um uma esfera de ação. Por exemplo, o Vice-presidente Manuel Fernandes tinha como esfera de ação "Os Assuntos Políticos", e enquanto Coordenador a sua esfera de ação é também dos Assuntos Políticos. Idem para o Vice-presidente ASA etc.


O que me incitou a redigir este artigo, é o facto de eu ter a íntima convicção de que esta "Refundação da CASA-CE" é e será apenas uma solução paliativa que não irá resolver definitivamente a crise interna na CASA-CE. É uma solução provisória e que não garante a perenidade da CASA-CE enquanto organização partidária !


Juridicamente, uma coligação é, unicamente, um conjunto de Partidos políticos que se juntam a fim de atingir certos objetivos. Não se pode constituir uma coligação entre indivíduos ou entre indivíduos e Partidos políticos. Razão pela qual o Tribunal Constitucional disse, com toda razão, no acórdão 497/2018 de que os únicos membros da CASA-CE são os Partidos coligados, e que os independentes não são militantes da CASA-CE.

Assim sendo, o Presidente Abel Chivukuvuku também não é militante ou membro da CASA-CE. Embora seja ele quem fundou e fez tudo para que a CASA-CE fosse o que ela é hoje no xadrez politico angolano.


Quer isto dizer, enquanto o Presidente Abel Epalanga Chivukuvuku não criar um Partido politico de que ele será o Presidente, e integrá-lo na CASA-CE, ele continuará a depender da boa disposição, da boa vontade, do bom querer dos Partidos constituintes da CASA-CE. Ele continuará a ser refém e a ser chantageado por estes Partidos. Sendo eles, juridicamente falando, os verdadeiros donos da CASA-CE.


O Presidente Chivukuvuku nesta situação nunca terá autoridade suficiente de dispor as coisas segundo a sua visão política. Deverá ter que negociar toda a vida para poder implementar a sua visão que tem de Angola.


Razão pela qual (eu não sei qual é a estratégia política do Presidente Chivukuvuku concernente a situação interna da CASA-CE) venho publicamente afirmar o que é a minha íntima convicção desta situação.


Já que insiste em querer continuar com a CASA-CE, o Presidente Abel Epalanga Chivukuvuku deve, a partir de Janeiro de 2019, fundar um novo Partido político, e em seguida integrá-lo na Coligação CASA-CE. Esta é a única maneira de poder evitar as chantagens que lhe são feitas pelos Partidos Coligados na CASA-CE. Caso contrário, continuará refém e a ser chantageado por estes Partidos.


Esta é a primeira opção que proponho por ter notado que o Presidente insiste em querer continuar com a CASA-CE. Mas, o meu conselho público, ao meu irmão mais velho e Presidente da organização política a que pertenço, e meu Presidente ; conselho este que ao mesmo tempo é o meu instante desejo, é que o Presidente Abel Chivukuvuku funde um Partido politico e saia da CASA-CE, deixando-a trilhar o seu caminho. Claro, isto, só depois de ter resolvido todos os pormenores internos : problemas de dívidas que esta tem para com ele, e tantas outras situações...


A sociedade angolana está a clamar por um novo projeto político dirigido por Abel Chivukuvuku.


Muitas são as personalidades ou fazedores de opinião do nosso país que também apelaram e apelam que faça isso.


Tenho falado com muita gente que está apenas a espera que o Presidente Chivukuvuku dê este passo para que possam juntar-se a ele no novo projeto.


Tenho a firme convicção que se o Presidente Chivukuvuku fizer isso, o seu novo projeto politico terá mais impacto do que teve o projeto CASA-CE, mas isto com o tempo. Muitas pessoas que achavam que uma coligação não dá garantias de perenidade política e que esperavam a concretização da transformação da CASA-CE em Partido político a fim de poder juntar-se a ela, estão a espera deste novo projeto, e não querem aderir no atual projeto CASA-CE.


Eu, cristão convicto e homem de fortes convicções e fé em tudo que empreende na vida, enquanto membro e dirigente da CASA-CE, já não tenho fé de que a CASA-CE volte, a breve prazo, a ser o que foi a bem pouco tempo.


Enfim, A solução pertinente e viável, e que fará com que o Presidente Abel Chivukuvuku deixe um legado político, uma organização política, a todos aqueles que o apoiam enquanto líder político, passa forçosamente na criação do novo projeto que preconizo aqui.


Caso o Presidente Abel Epalanga Chivukuvuku, não conceber este novo projeto político, o mais tardar até Junho de 2019, poderá certamente ser um dos grandes erros que um dia irá lamentar de ter cometido enquanto dirigente político ! Disto, tenho a certeza quase absoluta !


A crise interna na CASA-CE, quer queiramos, quer não, conhecerá apenas uma das duas soluções : uma boa e a outra má !


As duas soluções são as seguintes :

- a primeira solução, Abel Chivukuvuku permanece na CASA-CE e continuam as lutas internas cíclicas (periódicas e sem fim) com os Partidos coligados, sem a CASA-CE brilhar plenamente, sem a certeza de ser transformada em Partido político um dia, e com o risco de se ver a coligação um dia acabar caso os donos dos Partidos coligados decidirem um dia trilhar um outro rumo e cada um deles voar com as suas próprias asas, esta é a má solução e a que eu rejeito totalmente !


- a segunda solução, e a boa, é a seguinte : deixa a CASA-CE agora, cria um novo Partido político (e já não coligação) e beneficia da satisfação e das garantias de ter uma organização política coesa, pacífica, estável e perene. Restando apenas concentrar os seus esforços na mobilização, consolidação e engrandecimento desta força política.


Esta é a solução que eu e grande parte dos angolanos queremos e aconselhamos o Presidente Abel Chivukuvuku a seguir... E é o projeto pelo qual estou prestes a apoiar novamente com dentes e unhas e consentir sacrifícios.

Paris, aos 05 de Novembro de 2018.


Por Wassolua E. MAYASSI, mais conhecido por Patriota Liberal, o anticonformista !