Brasil - O Povo pode ser burro, alienado e estúpido, mas deve ter em sua posse o poder que qualquer  ser onipotente e supremo  invejaria. Se existe  verdadeiramente algum poder absoluto e quase infinito é  o poder de um povo.


* Nelo de Carvalho / Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
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O País das Aranhas (XII)

Qualquer povo, quando mal encaminhado pela força do  intelecto que possui (a classe de indivíduos pensantes), pode até ter o direito de suicidar-se. O direito a evitar  esse  suicido  esta na capacidade de assimilação da verdade. E a busca da verdade também deve ser um fenômeno de massas e não do individualismo  infringido por um sistema social decadente e abusivo. E muito menos corrupto!


Pode ser que quem se opõe  as eleições indireta esteja mal informado e até mesmo mal instruído ( os ignorantes também merecem perdão, e mais do que nunca merecem ser bem informados das intenções daqueles que estão a frente do Estado e do Governo) sobre esse tipo de processo: sobre suas vantagens. Se é assim, seus defensores: incluindo o Presidente do MPLA e da República de Angola,  deveriam sair ao público explicar minimamente quais as  vantagens que esse processo oferece a nação. Quem sabe consigam nos convencer das suas idéias e propostas. Afinal é algo muito importante que definirá os destinos do país.  Porque nós, sinceramente, tendo em conta a trajetória do partido que está no poder, não entendemos como o mesmo pode substituir um processo legítimo, direito e eficaz  por um  ilegítimo, duvidoso, indireto  e ineficaz ( onde só os reacionários  e os malfeitores podem tirar o máximo de proveito).

 

O mesmo processo que em menor ou maior grau ajudou a sustentar o regime do apartheid durante cinqüenta anos. Tudo bem que hoje é a maioria do  povo sul africano que vota, no passado eram só os brancos, mas tendo um povo votado em seus lideres de maneira indireta, isso não evita que a política torna-se uma atividade de quadrilhas mal intencionadas sujeitando a nação à uma camisa de forças sem opção. Os analistas políticos concordam que se as eleições ao longo dos  cinqüenta anos de regime do apartheid fossem direitas, mesmo sendo só a população branca votando, o mesmo  não duraria tanto tempo, quanto durou. É a prova de que o processo indireto mesmo continuando na era pós-apartheid  é péssimo, desonesto e mal intencionado. E que não merece imitação, muito menos cópia como se fosse um exemplo a ser seguido.


Não é justo, honesto e democrático que um presidente  da república expresse suas opiniões como se fosse um ultimato, algo ameaçador e conclusivo, quando o que está em jogo é o destino de milhões de pessoas. Nesta falta de comunicação com a nação  queremos ser convencidos pelo  Presidente da Republica de que sua proposta é a melhor para todos. Ele bem que deveria dissecar sua proposta e por a prova diante de todas as  mentes que a mesma é viável. Se tal proposta e o que vier enfrente da mesma forem convincentes, com certeza, não faltarão defensores (coisa que o  mesmo tem de sobra), e assim o presidente não será um solitário “reacionário” defendendo algo  que não satisfaz  os interesses de um Povo. Reconheço que estamos confuso ( ou que isso vem nos provocando confusão) – por que o Presidente da República e do MPLA defende essa proposta? A não ser que seja por má fé, coisa que nos fica difícil acreditar!


O voto indireto é uma usurpação de poder. Além disso, dá a brecha a que grupos na pele de mafiosos e verdadeiros delinqüentes  transvestidos  de políticos e  organizados em seitas governem a distância dos sentimentos de uma nação. O voto indireto só pode ser a  expressão dos reacionários  que no passado tudo fizeram, até mesmo para desarticularem a independência de um país. E não a  expressão daqueles que um dia já se sentiram na pele de revolucionários  em que o futuro da nação lhes foi confiado.