Luanda - Nesta estada em Luanda/Angola, adotamos o ouvir rádio, muito mais do que ver tv. Existe um programa aos domingo no qual, se usa dois adjetivos de forma muito chula. O doutor e o especialista em relações internacionais.

Fonte: Club-k.net

Acreditamos que o primeiro está ligado à ideia de possuírem o grau de graduado (bacharel ou licenciado); já o segundo pelo fato de possuírem interesses a questão políticas e etc não internas mas externas.

 

O triste de tudo é para nós a maneira diria sem noção com que usam ambos, e suas grandes limitações, vejamos. Como alguém pode ser especialista em relações internacionais, se o conceito especialista é igual alguém que estuda praticamente um único objeto de forma mega-exaustiva ao ponto de cercar-se em si mesmo.

 

Acreditamos que no lugar de especialista em relações internacionais, poderia-se ser, estudo em determinado país, e ou região geopolítica. De modo, que não passariam de meros comentadores do que a impressa internacional, leia-se basicamente: imprensa ocidental. Voltando ao doutor, nos parece apenas uma espécie de carência e desejo de legitimação, diríamos aos moldes daquela fala que o Foucault coloca na história da sexualidade.

 

Ou seja, uma legitimidade por se ser possuidor de um título académico, logo científico. No entanto, apesar do uso exagerado de ambos os adjetivos, todos sem exceção ao olharem para o novo executivo de Angola, como o foco no seu presidente e suas andanças pelo exterior.

 

Afirmam cegamente que o caminho para se sair da atual situação que vive Angola e os Angolanos é necessariamente a dependência externa. O que nos leva, a perceber que apesar de especialistas, estão para lá de Bagdá quando se trata de pensamento de estudiosos africanos. Pois, que é sabido que uma das amarras do continente é sua dependência externa, no passado essencialmente os ocidentais e hoje os chineses. Para nós, esse discurso é por si só, uma falta de estudo e carência de pensamento endógeno.

 

No lugar de reforçarem e baterem palmas às cegas a ideia do que precisamos do apoio de todo lugar. Se esqueceram e sequer tocam na ideia central, do olhar primeiramente para as próprias vísceras. Ou seja, que o presidente de Angola, deveria antes de olhar para fora, emitir uma posição firme, no qual conclamasse à todos os angolanos, e estrangeiros residentes em Angola para uma união.

 

Com vista para um projeto de Estado e ou civilizacional que até aqui não foi apresentado. Também me leva crer, que não se sentaram em uma sala de cinema para ler e fruir Wakanda. Como também, não sabem que o imbondeiro (baobá), antes mesmo de toda sua opulência externa, ele já existe internamente na própria semente.

 

Triste são eles e seu mar de adjetivos, e suas excessiva citação de pensadores não africanos. Que acreditam que o desenvolvimento é o exteriorizar a partir da dependência. Tal como suas próprias dependência aos adjetivos já apontados, ou ainda, « nas ciências políticas » e etc. Sigo não acreditando em quem usa e abusa dos adjetivos para demonstrar que domina um certo saber e ou disciplina. Quem me conhece mais de perto, sabe que não sou pro o desenvolvimento mas pelo endoenvolvimento. Já colocamos em outros lugares, pistas sobre o segundo -, inclusive com meus colegas no primeiro semestre, no qual os introduzimos textos de alguns eminentes africanos.

 

Antes de sair propalar os termos: progresso, desenvolvimento e evolução, peço estudar como surgem, e o seu peso no estado de acorrentado de Angola/África e dos políticos africanos

Mbuta Zawua