Luanda – Esta é a oposição (RAÚL Danda) que interjecta. Filosoficamente dotada de razão mas... Vamos lá ver isso! Enredo Político.

Fonte: Club-k.net
De facto, há um paradoxo apesar de que o Presidente João LOURENÇO terá confiado bastante nas pessoas mas não tendo como, pois ainda faltava ganhar, também, o Partido! E só terá ganho o Partido porque deixou passar isso... Foi politicamente correcto mas nem sempre se possa dizer o mesmo quando se trata da economia do país porque aqui quem perde, no fim das contas, é povo. Neste preciso momento, o povo é o único que está a passar a fome.

 

Mas ainda que queiramos ser coerentes, em política, nem sempre o 2+2=4, também sendo que hoje sim, agora seja o momento para dizer algo que advenha do âmago político, justo o momento, que se detém o poder político pleno, não tem como !

 

Sobre o que diz a oposição à luz das últimas declarações de parte a parte:
Mas a questão está, justamente, nisso. É que são tais práticas que fazem que não haja dinheiro no cofre. O caso está muito bem arguido pela oposição. Aparentemente estamos mesmo em face dum paradoxo, mas vamos lá ver isso... Todavia, o Presidente ainda herdou os operadores do passado.

 

Mas ele descobriu o que se estava a passar, aliás, justamente, quando terá mostrado já o seu desapontamento ao facto de que se lhe estavam a induzir em erro, ao mesmo tempo, que lhe estavam a querer manietar a governação.

 

É com base nisso que iniciou a falar desde Paris aquando daquela vista, a busca do dinheiro através das novas parcerias, denunciado a intenção contratual de se adquirir aviões, acto continuo, surgiram detenções, e no caso em particular, por causa de abuso de confiança e outros comportamentos corolários.

Mas a teia ainda está por dentro. O Presidente precisa continuar a exigir transparência a quem insista em não colaborar. Não se sabe se destempo ou se favoreça a uma das partes em causa mas a questão levantada pela oposição é densa de significado no sentido de que o processo de averiguações sobre os membros do governo ou sobre o novo riquismo deva continuar. Não duvidemos que alguns servidores públicos tenham estado a trabalhar com práticas arreigadas do passado.

Portanto, a UNITA questiona o fretamento de avião-mansão quando se tem os “cofres vazios”(?). Não foi desta com a deslocação a Portugal, aliás, foi uma viagem modesta em termos de gastos mas muito rica de ponto de vista dos objectivos. Da para resolver-se problemas.

A viagem mais cara foi aquela que envolveu a França e Bélgica. Mas atendo-se no que levanta a oposição, ou seja, Raul Danda, ou melhor a UNITA, para já, esta é uma questão filosoficamente interessante no domínio da fiscalização dos actos do governo.

É uma matéria da fiscalização dos actos de quem governa que foi negada aos parlamentares porque o que se queria, agora conclui-se, é que o país administrasse despoticamente os seus proventos, só pode ser!

E deu na falha que hoje deu: os cofres não podem ter sido encontrados cheios porque não havia controlo. Havia sim dinheiro mas sob controlo de algumas pessoas que nos momentos cruciais sabiam onde ir buscar para monitorarem os objectivos Políticos do actual Presidente ou como ceder-lhe o dinheiro para viajar e colocá-lo à disposição e a exposição do luxo do fretamento. E isso só acontece porque ainda estava dependente das orientações do partido. Agora é ele que orienta no Partido, recorde-se.

Ele não tinha o Partido em mãos e pode ter sido por milagre que tenha conseguido ficar com a máquina partidária. É muito poder que o Estatuto partidário e a Constituição da República concede a um Presidente. Mas também pode torná-lo refém um dia como ocorre com o antigo Presidente porque as leis assinadas nos últimos dias de mandato não passam de infra-constitucional e capazes de serem revogadas e pior é se insistir no argumento de traição à pátria.

É que este argumento é bastante forte e importante, e, para evitar mais cenários, melhor e que toca para frente e haja dinheiros para que desapareçam m as fricções que o Presidente da República deixou de alimentar em Portugal apesar da agenda dos jornalistas terem estado carregadas de perguntas sobre afirmações do antigo Presidente ou da antiga PCA da Sonangol que admitiu mesmo na sua página no Twitter que o país estivesse à beira duma crise política depois da económica.

Na Tuga, o PR João Lourenço esteve muito atento para não alimentar comentários nem explicações nem polêmicas em torno de afirmações... Então e só há um ano que se saiu do poleiro já se encontra caos na governação sucessiva. Ha muito pressa nesse tipo tipo de democracia assente na crítica política. Ainda é cedo ainda que o povo esteja mesmo a ressentir.

É importante que se apresse também com resolução dos problemas do povo porque isso de receber legados é ingrato. A fome não tem agenda. Mas é assim o jogo poder. Importante é que o poder e é vontade de todos passe a ser cíclico. Já se imaginou mais 38 anos para o actual Presidente.

Mas para não viciar, o poder tem de ser cíclico como ocorre nos países desenvolvidos tipo,para onde se exportou toda a massa do país. Por isso é que aquelas são países desenvolvidos e aqui em África mantém o Alfonso de países pobres em espírito porque ninguém gosta de ver o outro feliz...

Enquanto não tivesse o Partido em mãos ou era uma pessoa refém ou tinha mesmo que criar rotura. E a rotura tinha de existir, pelo menos, aquela rotura com as práticas do passado, da governação sofrível, do saque do dinheiro do Bpc, da rotura do Stock violação das reservas internacionais líquidas para cobrir despesas correntes, enfim, o trabalho ainda é árduo. E que não falem só por falarem os tecnocratas porque em matéria de contas não sofismas.

Depois temos a aplicação da Lei do Repatriamento Coercivo de Capitais e Perda Alargada de Bens. Ora, isso tem de funcionar senão não haverá dinheiro para levar acabo os actuais propósitos da governação como sendo pagar a dívida e traduzir todas as demais políticas públicas como arrasar a fome e tornar a sociedade cada vez mais equilibrada em termos de poder de compra da parte dos cidadãos.

Enfim, vamos ainda ver os pontos essenciais levantados pela oposição na preposição que traz. Mas é o Deputado Raul Danda ! Está impagável e imparável subindo exponencialmente nos argumentos Políticos. É como vinho do Porto, quanto mais velho, mais fixe como peixe malevo em caldo com chikuanga. Afinal o tema tem a ver com a sua intervenção na Assembleia Nacional justamente onde "kassumunaram" a função fiscalizatória aos actos do governo.

Mas vamos ver o que escreve o Deputado que é também Vice-Presidente da UNITA, de recordar que agora temos dois Vice-Presidentes saídos do jornalismo e, coincidentemente, nos dois partidos mais cotados em termos de votação em Angola. Então disse o "Lahula", na sua intervenção, é assim que o gostava de chamar Dr Savimbi quando estivesse diante do Zau Puna e Tony da Costa Fernandes, o diplomata reformado:

Eu tenho tido muita dificuldade em conferir credibilidade a estes balanços de execução orçamental por vários motivos. Primeiro, porque apesar de a Constituição da República de Angola, no número 4 do seu artigo 104.o, dar aos Deputados a prerrogativa de fiscalizar a “Execução do OGE”, aos parlamentares reconhece-se apenas intervenção activa na aprovação do Orçamento.

Ou seja, na autorização, em nome do Povo, dono do dinheiro,que o Titular do Poder Executivo e seus auxiliares usem o dinheiro de todos nós para a realização de despesas que visam mitigar as necessidades do Povo.

Os deputados não têm possibilidade de acompanhar, de perto, a forma como o Executivo está a gastar o nosso dinheiro, impondo-nos aqui algumas folhas de papel, de verificação dificílima. Noutros termos, assina-se um cheque em branco para a utilização dos recursos, e quer-se outra assinatura, numa outra folha virgem, que se pretende designar “balanço de execução orçamental”.

Segundo porque, apesar de o no 4 do artigo 104.º da Constituição dizer claramente: “A execução do Orçamental Geral do Estado obedece ao princípio da transparência e da boa governação e é fiscalizada pela Assembleia Nacional e pelo Tribunal de Contas, em condições definidas por lei”, não temos visto, aqui nesta casa, nenhum parecer do Tribunal de Contas sobre os balanços de execução orçamental que nos trazem. E já agora antes de retomar o Deputado Raúl, pretende-se retirar a fiscalização preventiva do Tribunal de Contas, isso não pode ser. Aumenta o pioriu existente. O Tribunal de Contas, na qualidade de um órgão independente tem de fiscalizar preventivamente e auditar...

Mas vamos apenas ficar com aquilo que enfeitou o Deputado Raúl, esperemos não trai-lo no pensamento:

..."Exemplo disso é o que aconteceu ontem mesmo: depois de o actual Titular do Poder Executivo ter dito, em entrevista ao Jornal Expresso, há escassos dias, que encontrou os cofres vazios, o que nos leva a pensar que os balanços dos primeiros 3 trimestres de 2017 devem estar falseados, pois não refletem o descaminho desses dinheiros que terão adquirido asas e voado dos cofres onde estavam, o antigo Titular do Poder Executivo chamou a imprensa, no final da manha de ontem/princípio da tarde, para dizer que não deixou os cofres vazios coisa nenhuma, e que o actual Presidente encontrou lá mais de 15 mil milhões de dólares, o que pressupõe dizer que se esse dinheiro ganhou asas e voou, já não foi no seu tempo e a culpa não lhe pode ser atribuída. Seja como for, se foi necessário cerca de ano e meio para saber do estado dos cofres, então, eu não direi, como dizem os meus manos e manas do MPLA, que o nosso Presidente “só não viu porque não quis ver”. Direi antes que ele está a ver muito devagar!

Mas se o fenómeno “cofres vazios” levanta interrogações como, por exemplo, “que milagre fez com que cofres vazios permitissem luxos sauditas de fretar um avião-mansão por 74 mil dólares por hora, remodelar palácios, renovar frotas presidenciais, etc., outras dúvidas se levantam: se os que andam com as chaves dos cofres andam nesse jogo do “é capaz não é ele” – como diz o nosso povo – e nós que não temos acesso aos cofres como é que vamos saber se o cofre está cheio, meio cheio, meio vazio ou vazio? Bem, como diz o Povo, “eles que são brancos que se entendam”.

Uma coisa, no entanto, é certa: no meio de tanta informação desinformada e dessa turbulência que não nos deixa vislumbrar onde mora a fronteira entre o verdadeiro e o falso, como é que vamos então acreditar no relatório que nos trazem, a justificar a utilização das receitas que existem, mas não existem, ou as que não existem mas afinal existem? Vocês, nossos irmãos do MPLA, “o que nos fazem não é de bem”. La Suku! E não vale a pena me darem “olhadas”, como diz o nosso Povo, pois, como diz a sabedoria Binda, “Mosi nge wibandimina kishi mona sonha ko, bakana minu ikuindimina kwami minu ifwene mona jisonha” – “se quem se abaixa não sente vergonha, não serei eu que espreito que deverei ter vergonha”. Esta é a tradução. Mas o actual PR não pode ver as coisas assim. Moral da história. Por isso é que tem de findar contrato com algumas pessoas no governo que podiam ter sabido do jogo político e quisessem tirar proveito mas estando sempre agora com quem dá mais, e quem é? O Presidente João Lourenço.

Só se pode concluir que estas eram questões que jaziam no âmago do então Presidente José Eduardo dos Santos quando veio a terreiro dizer que os cofres não estavam vazios... Mas não podia dizer mais porque, na verdade, o passado deixou maus precedentes que cumpre, de facto e abnegadamente, o Presidente João Lourenço corrigir.

Pois o passado não tem moral para dizer muitas coisas, por isso é que não adianta confrontar os jornalistas, basta uma declaração, já está. Mas, por favor, alguma coisa tem de ser feita, postumamente, para que os actos do governo possam ser fiscalizados no sentido de controlar para Assembleia Nacional. Não pode depender de boa vontade do Chefe de Estado ou do Governo.

Por isso é que o actual Presidente não deve confiar na generosidade dos homens. Este poder foi-lhe dado por Deus, é a releitura cristã que faz. Deus faz, justamente assim... Os planos de Deus são insondáveis. Quando se nasce para governar, o poder vem de quem menos se espera.

Mas a oposição só está a jogar o seu papel porque se se distrai, João Lourenço volta a vencer eleições com margens folgada e é sempre o MPLA que ganha. Mas não seria caso para dizer que a dado momento João LOURENÇO esteja a levar o MPLA às costas ?