Luanda - O ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social de Angola remeteu hoje para quinta-feira informação sobre o estado das finanças públicas até às eleições gerais de 2017, após as declarações do ex-Presidente, José Eduardo dos Santos.

Fonte: Lusa

Manuel Nunes Júnior respondia a uma questão colocada hoje na Assembleia Nacional pelo deputado da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Lindo Bernardo Tito, sobre qual o valor monetário encontrado na conta do tesouro e reservas internacionais líquidas.

Em causa está a informação do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que garantiu ter deixado ao executivo que lhe sucedeu pelo menos 15 mil milhões de dólares, contrariando assim a afirmação do atual chefe de Estado angolano, João Lourenço, de que encontrou vazios os cofres do Estado.

João Lourenço disse que quando assumiu o poder encontrou os cofres vazios ou a serem esvaziados.

"Não deixei os cofres do Estado vazios. Em setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de Angola como reservas internacionais líquidas a cargo de um gestor que era o governador do BNA sob orientação do Governo", declarou José Eduardo dos Santos.

Ao ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, o deputado da CASA-CE pediu um esclarecimento sobre a situação, pergunta recorrente, nos últimos dias, durante as sessões de discussão na especialidade do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019.

"Senhor ministro das Finanças, como angolano, e porque vem do Governo anterior, diga com honestidade, sinceridade, a esta casa, encontraram quanto na conta do tesouro, encontraram quanto em relação às reservas internacionais líquidas, isso tem que ficar claro", questionou Lindo Bernardo Tito.

No período de respostas, Manuel Nunes Júnior remeteu para quinta-feira uma resposta, porque a sessão de hoje serviu para tratar assuntos do desenvolvimento local.

"Hoje o objeto é tratar dos órgãos locais e aqui estamos a tratar de assuntos do desenvolvimento local e por isso todos aqueles assuntos que não se incluírem neste escopo, nós iremos tratá-los numa outra ocasião", disse o governante angolano, sublinhando que se referia concretamente à pergunta colocada por aquele deputado da CASA-CE.

"Nós registamos este pedido de informação, vamos prestar esta informação, mas não agora, tendo em conta que o objeto desta sessão não envolve este tipo de assuntos e vamos tratá-lo, julgamos, na altura própria, que será na próxima semana, na próxima quinta-feira, quando tratarmos de aspetos globais do Orçamento Geral do Estado para 2019", frisou.

Manuel Nunes Júnior disse que além desta informação, na sessão de quinta-feira, reservada ao encontro com os membros da equipa económica, o executivo vai abordar igualmente aspetos ligados ao preço do petróleo de referência para o orçamento, o peso e a sustentabilidade da dívida pública, bem como ações específicas para assegurar o desenvolvimento inclusivo do país.