Luanda – A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) instou esta quinta-feira, 29, em Luanda, os órgãos competentes de retirar e posteriormente proibir a venda do sumo de marca “X-Tra” em todo território nacional, depois de ter acesso as imagens chocantes postas a circular nas redes sociais – e que o Club K publica – de como é fabricado. Não se sabe de concreto em que parte do mundo foram tiradas as referidas imagens, mas há fortes indícios de que seja em Luanda.

Fonte: Club-k.net

AADIC exige a sua retirada no mercado angolano


As evidências de suposto mau acondicionamento de garrafas em que são embalados e produzidos sumos em diferentes sabores da marca “X-TRA” chegaram à redacção do Club-K por imagens fotográficas, denunciando irregularidades na produção da bebida que circula há muitos anos no mercado angolano.

 

A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC), face a situação, insta de imediato à Procuradoria Geral da República, as Inspecções Gerais do Comércio, da Saúde e da Hotelaria e Turismo, e o Serviço de Investigação Criminal de pôr cobro aos infractores em nome da saúde pública e da lei, retirando de imediato estes produtos que se encontra a venda em Angola.

 

Colaboradores directo da fábrica da referida bebida, em Luanda, colocaram-se nas vestes de consumidores para poder alertar a sociedade angolana sobre os possíveis riscos de saúde que o sumo pode provocar ao consumidor, uma vez que a higienização sobre as garrafas de vidro reutilizadas para vender ao público não se compadece com as normas exigidas por lei.

 

O Club-K apurou das mesmas fontes da fábrica, que as garrafas de vidro reutilizadas com até 250 mililitros são adquiridas das mãos de pessoas que as recolhem das ruas, já consumidas, como em contentores de lixo e outras fontes sem higiene alguma, para venderem à fábrica, e esta por sua vez reutiliza-as para conservar e vender bebidas sem observâncias da qualidade higiénica que se impõe.

 

“Para além de colaboradores directo desta fábrica, também somos consumidor e temos familiares que bebem este tipo de sumo. Entretanto, não poderíamos deixar de denunciar este perigo à saúde pública. O mais agravante é que nunca vimos inspecção do trabalho aqui”, confirmou uma fonte preferindo anonimato.

 

De acordo com as declarações expostas no dossier que denuncia irregularidade nas normas de qualidade de bens alimentar e higiene na produção da bebida por parte da empresa detentora da marca “X-TRA”, os vasilhames com origem duvidosa chegam à instituição fabril em grandes quantidades e totalmente sujos, com possibilidades de haver substâncias nocivas à saúde humana.

 

O processo de lavagem dos referidos recipientes de vidro é feito manualmente pelos trabalhadores asiáticos, muitas vezes sem água suficiente ou qualquer detergente adequado para o efeito, sob conhecimento e ignorância da gerência, às vezes, com muita impureza no interior das garrafas, à vista.

 

Por outro lado, segundo as denúncias, os funcionários são obrigados a lavarem inúmeras garrafas de vidro por dia sem quaisquer equipamentos de segurança e protecção, expostos a todos os riscos, uma vez que trabalham com material vidrado.

 

A suposta má qualidade da água com que é produzido o sumo “X-TRA”, a conservação e lavagens das garrafas reutilizadas no processo de enchimento da mesma bebida que varia diferentes sabores, como o da manga, e um conjunto de factores que abrange a empresa.

 

O referido produto de circulação nacional, alegam as fontes, nunca teria recebido nas suas instalações, até a publicação desta notícia, uma visita inspectiva das autoridades angolanas, como o Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ) para se averiguar a qualidade de bens e serviços de um produto que já pode ter sido consumido por milhares de cidadão.