Luanda - O Comandante Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, fez o seu primeiro movimento, em termos de provimento de vagas orgânicas desde que ascendeu ao cargo máximo da corporação policial.

Fonte: Club-k.net

Trata-se da nomeação de Divaldo Martins, ao cargo de comandante da Unidade de Protecção dos Objectivos Estratégicos, (UPOE), um órgão afecto à Polícia Nacional e que, segundo sabemos, é de subordinação central e está representada em todo o território nacional.


Deste ponto de vista – o informativo – nada mais a acrescentar, pois, entendemos que é isto que precisamos saber e fazer saber. Apesar disso, importa, porém, reflectir sobre as motivações, que concorreram à sua nomeação e que, para nós, deve ser vista em dois ângulos, já que estamos diante de um proponente e o proposto, embora haja um elemento de unificação – a Polícia que ambos representam!


Em primeiro lugar, queremos analisar o acto do proponente de Divaldo Martins. Ou seja, dissecar as reais motivações, vantagens que terão acobertado o proponente – a pessoa que nomeou ou propôs – no caso, Paulo de Almeida, e, como é normal, e sua equipa, porquanto estas mudanças exigem, sempre, a intervenção de outros correligionários e depois olhar para o nomeado.


Neste espírito, salta à nossa vista o facto de Paulo de Almeida ter sido segundo comandante da Polícia Nacional, durante cerca de dezasseis anos, o que lhe permite, hoje, ter ideias claras, bem assentes, sobre a composição, organização e funcionamento da sua corporação.


Logo pode afirmar-se que Paulo de Almeida conhece aquela parte da sua corporação e sabe que desde que foi criado foi sempre considerado um “parente pobre” dentro da estrutura orgânica vigorante. Pouco se fala em torno da mesma, pouco se conhece e, certamente, em virtude disso pouco se fez em sua volta e valoração, pelo menos até aqui, embora funcionalmente tenha no seu âmbito responsabilidades acrescidas, considerando que – fazendo jus a sua designação – ocupa-se a guardar objectivos estratégicos do Estado, como serão instalações do Banco Central e comerciais públicos, Portos, Aeroportos, grandes empresas públicas, minas de extração de valiosos recursos naturais, caminhos de ferro e outros que, por essência, se inserem nisso.


Desta primeira motivação acresce-se o facto de nos últimos tempos o País ter registado, com alguma regularidade, a vandalização dos bens públicos, nomeadamente, cabos eléctricos, tubos de canalização de água, da EPAL e outros que prejudicam o Estado e que, por isso, mereceu já referência do Presidente da República, João Lourenço, que apelou, recentemente, em Luanda, combate cerrado a este tipo de crime, maioritariamente, cometido por cidadãos repatriados.


No entanto, como sabemos, os discursos presidenciais quando feitos no sentido apelativo têm força de orientações públicas, daí que Paulo de Almeida, na condição de Comandante-Geral acatou tal recomendação e agendou acções – incluindo essa – tendentes a dar resposta ao problema.


Neste sentido, três perspectivas terão dominado Paulo de Almeida para que apostasse no jovem, Divaldo Martins: [1] Rejuvenescimento daquela Unidade Policial, [2] visibilidade das suas acções e [3] modernização da actuação.


Do ponto um [1] depreendemos que sendo Divaldo um jovem cujas competências e formação técnica são quase que, hoje, inquestionáveis, Paulo de Almeida entende que é ali onde deve começar para o processo de rejuvenescimento que precisa naquele sector em concreto.


Começar pelo responsável do órgão e posteriormente terminar com o injectar sangue novo nas própria fileiras, desde a direcção máxima, intermédia e os operacionais que, no fundo, são os que vão colocar a mão na massa para impedir o cometimento dos crimes contra o património público, em voga nos dias de hoje.


Do ponto dois [2] que é intrínseco ao terceiro, como veremos a seguir, retiramos o entendimento de que considerando a figura de Divaldo, enquanto pessoa, dos jovens polícias mais carismáticos deste País, estavam reunidas as condições para que o trabalho daquela unidade fosse visto por muitos, fruto, também, do seu estilo de vida, de trabalho e trato fácil com à imprensa, no sentido tradicional e com as novas plataformas de comunicação, mormente as redes sociais.


Nesta senda, há que evidenciar o elemento carisma de Divaldo Martins, pois, entendemos que esta poderá ser a chave para que o objectivo de Paulo de Almeida neste iten seja alcançado. Para isso, vale a pena refrescar a noção de carisma:


“carisma é uma habilidade inata de alguns seres de conseguir encantar, persuadir, fascinar ou seduzir um outro individuo através da sua forma de ser e agir. Etimologicamente, o termo “carisma” é originário do grego khárisma que significa graça ou favor.
Um individuo carismático é aquele doptado de carisma, que possui um conjunto de qualidades que o caracterizam como um sujeito notável, admirável ou fascinante, aos olho de outros indivíduos”.


No terceiro ponto [3] que, na prática, resulta do antecedente o proponente terá chegado à conclusão que o estado em que se encontra aquela organização policial é tanto quanto desadequado com os moldes de policiamento hodierno embora o seu antigo homem forte tenha sido catapultado para funções superiores.


E para inverter o quadro é essencial colocar alguém “moderno” no sentido da intervenção policial, daí que a aposta num jovem com formação superior em ciências policiais e com especialização em segurança pública, marketing pode ser a melhor saída.


Feito isto, Paulo de Almeida, respondeu, nos melhores termos que possam existir, a questão colocada por muitos e que trazemos nesta rubrica: PATRIMÓNIO ESTRATÉGICO DO ESTADO COLOCADO NAS MÃOS DE DIVALDO MARTINS? PORQUÊ? Sim, os motivos você já os leu há pouco!