Luanda - O primeiro dos dois dias de actuação do ícone da música angolana Waldemar Bastos nos palcos do show do mês demonstrou a emoção da mestria da forte veia do Intérprete, compositor e cantor numa atmosfera totalmente acústica.

Fonte: Angop

O belo clássico da referência do cantor, na sua voz sonante, esteve igualmente presente em canções de rapsódias nacionais, que constam como uma das bases das apresentações do seu vasto repertório.

Com um show totalmente acústico, Waldemar Bastos promoveu nesta noite de sexta-feira, ao musicool angolano, mais um registo de um raro concerto em Angola, levando os fãs a momentos impactantes de riquezas rítmicas.

Intercalando canções de sua autoria e outros cantores desde os anos trinta até a modernidade, com temas que marcaram e continuam a marcar o mercado angolano e estrangeiro, com produções renomadas que o levaram a algumas distinções internacionais, Waldemar aprimorou a noite com texturas musicais do mesmo e não só.

Num raro momento, em que a composição "Tereza Ana" foi cantada com a participação de Patrícia Faria, a sala toda parecia estar num "solo", cuja a entonação carecia somente das vozes do coro da plateia, constituindo assim num dos momentos mais áureos da sala, tal como a "Canção Velha Xica" e “Colonial”, estas duas últimas que encerraram o espectáculo.

Waldemar Basto nasceu em 1954 e começou a cantar aos 7 anos, quando o pai descobriu o filho, com um acordeão, a tocar músicas que ouvia na rádio, pelo que iniciou, então, a ter aulas de violão e de formação musical e cedo descobriu que aprendia tudo com facilidade enorme, não através da leitura das notas, mas por ouvido, o que confirmou o seu talento natural para esta arte.

Depois da primeira banda de música (Jovial), que actuou em Angola, Waldemar Bastos formou outros grupos que, por todo o país, tocaram em bailes e em concertos gratuitos.

Depois de ter estado em Paris (França), vive em Lisboa, Portugal, onde gravou os discos Angola Minha Namorada (1990) e Pitanga Madura (1992), cujo tema com o mesmo título se tornou num grande sucesso. Mais tarde, gravou, em Nova Iorque, Pretaluz (1997) e, em 2002, lançou o disco 20 Anos de Carreira. Ainda do álbum Pretaluz, viu três temas - Muxima, Sofrimento e Querida Angola – a integrarem a banda sonora do filme Sweepers, de Dolph Lundgren.

Realizou vários espectáculos, em diversos países da Europa e de África, além da presença regular em shows no país. Seguiu-se o CD Renascence, lançado em 2005 com o selo da World Connection, na Holanda.

A sua carreira teve um grande impulso quando David Byrne, ex-Talking Heads, propôs ao músico angolano a participação na recompilação de Afropea 3: Telling Stories to the Sea, que teve também a colaboração de outros artistas pertencentes ao movimento afro-português, como Cesária Évora.

No percurso profissional, Waldemar Bastos tem sido presença assídua em concertos privados e públicos no Principado do Mónaco, a pedido do Príncipe Ernst-August e da Princesa Carolina.


No livro de Tom Moon "1000 recordings to hear before you die", a obra do autor de Pitanga Madura está mencionada ao lado de outros géneros como a música sacra e compositores como J.S Bach e Beethoven, entre outros.