Luanda - O nosso passado serve de marco, lembrança na caminhada para o futuro, para termos memória ou consciência, é a experiência que corrige, nunca a fuga sobre o desconhecido que pode ser precipício...

Fonte: Club-k.net

Toda esperança ou porvir nunca deve ignorar a experiência positiva ou negativa, conhecer virtudes e defeitos para se ter o equilíbrio necessário ou maturidade.


Karl Marx procurou olhar a História como uma sucessão de injustiças idealizando uma utopia sem paralelo, por via da destruição das elites criando outras, por via da revolução dos explorados contra a classe dominadora. O resultado foi a experiência do Leste Europeu, China e Coreia quanto às liberdades. Limitar a liberdade em nome da utopia, negar a realidade social durou 70 anos na Rússia. Respeitar a liberdade e a mobilidade social das classes ou pessoas pelo seu mérito e protecção dos que mais necessitam por solidariedade orgânica dura há mais 242 nos EUA e 330 na Inglaterra, 240 anos na França. As revoluções são sempre imprevisíveis como acontece com as facções extremistas e moderados. Numa democracia não existe maior bem do que a cautela ou prudência por nunca se ter certeza de nada, pois, a certeza absoluta é inimiga do pluralismo e tolerância.


A História de Angola tem nos ensinados que os extremos nos levaram a situações que nos orgulham (libertação contra o colonialismo, expulsão dos racistas Sul africanos e a reconciliação) vergonhosas ( guerra civil, facções políticas extremistas, sectarismo, TRIBALISMO, racismo e abuso de poder, destruição das infraestruturas e mortes absurdas) de que hoje todos protagonistas procuram se orgulhar ou fugir é o exemplo de como a certeza absoluta é inimiga do pluralismo.

A nossa História serviu de experiência para corrigir os nossos males, criando uma memória ou moral.


Os meus estudos mostram que os africanos só gostam da história quando lhe é favorável, se não for, omite-se ou afasta -se ou diaboliza-se, não se gosta do que os outros fazem, não se reconhece os outros, ora aí está o dilema africano ou o " Fardo do Homem Negro" na linguagem de Davison. A História não deve ser vigiada segundo Ferro, a vida é uma sucessão permanente das acções humanas e instituições segundo Karl Poper. Podemos conviver a viver com a nossa História, vendo os capítulos nebulosos e reluzentes ou brilhantes como água do Rio, por vezes turva por vezes límpidas por ser da natureza e humanidade. Só as máquinas usam memória descartável ou artificial. Os homens têm memória que cria moral e resultado da vivência. Negar a realidade é alienar-se. É utópico. Mesmo a China tem vivido um país dois sistemas superando a Rússia por experiência histórica.


Mas nossa História nunca devíamos confundir a experiência e a correcção resultante dos novos desafios que sendo nobres, exigem sempre ponderação, pelo facto do futuro ser sempre ideal, utópico, incerto e o passado como certo que deve ser respeitado, por estar consolidado é o empirismo. Nunca sabemos o futuro. Por isso, as leis penalizadoras só regulam o futuro, salvo quando beneficiam o infrator e nunca o contrário, é a não retroatividade.


A pessoa sem memória perde dignidade e a moral, tornando-se irracional e carecendo de cuidados especiais.


A História faz-se com as acções de todos, honremos a memória de todos vistos como bons,  medianos, maus conforme a visão de cada um. Mas todos pela causa da Pátria e dando a cada geração o seu lugar e importância...

JP