Luanda - O processo que foi montado ao Carlos Alberto traduz sim o clima persecutório prevalecente na instituição contra a sua presença/intervenção crítica no espaço público, onde em abono da verdade e quer se concorde ou não com ele, é o único membro que faz por iniciativa própria alguma regulação da comunicação social.

Fonte: Club-k.net

ERCA quo vadis (2)

Quando uma instituição democrática do Estado que é de todos, não estiver em condições de acolher alguém como o Carlos Alberto, então algo só pode "estar podre no Reino da Dinamarca".


Este é que o problema maior, diante do "silêncio ensurdecedor" da ERCA, para citar a Nota de Imprensa com que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos acaba de alertar o país para o que se está a passar intra-muros na referida Entidade que efectivamente está mais preocupada em silenciar o Carlos Alberto do que em assumir as suas responsabilidades orgânicas.


Por bloqueio da maioria político-partidária liderada por Adelino Marques de Almeida, a ERCA não está a cumprir o seu mandato no que ele tem de mais estruturante e estratégico.


Esta é que é a preocupante realidade que o Parlamento deve analisar quando se debruçar sobre este suposto processo disciplinar que é apenas a ponta visível de um enorme iceberg de problemas, incluindo um que se chama usurpação de competências por parte do seu Presidente que pela via de um regulamento interno imposto pela maioria que ele controla, passou a ter poderes disciplinares que a lei não lhe confere.


A ERCA é uma organização colegial de pessoas iguais e com a mesma legitimidade de lá estarem, funcionando o seu Presidente como um coordenador com funcões de representação externa e não como um "ditador de pacotilha" que na realidade ele tem sido diante da nossa resistência permanente até onde tem sido possível.


Neste contexto que aqui se resume, o problema das faltas injustificadas chega a ser risível, numa instituição onde o Presidente até justifica ausências para o exterior e por várias semanas de outros membros em "missões" estritamente particulares.


As últimas faltas de Carlos Alberto em abono da verdade foram o resultado de um desentendimento, pois ele decidiu gozar as suas férias que constavam do plano e o Presidente entendeu que ele não tinha solicitado autorização.


Foi isso o que se passou e foi por isso que lhe foram aplicadas as faltas, que agora servem de pretexto para esta tentativa de convencer o Parlamento a retirar-lhe o mandato, isto numa altura em que o processo ainda requer um parecer do Conselho Consultivo da ERCA que ainda não foi constituído.

Mais grave no meu entendimento é o Presidente da ERCA justificar dezenas de outras faltas sem qualquer razão aceitável nos termos da lei e sem qualquer comprovativo.