Luanda - O ministro da Comunicação Social, João Melo, saudou a abertura registada na imprensa pública angolana, e afirmou que, neste momento, a mesma "tende a ser mais equilibrada, objectiva e diversificada" em relação a grande parte dos meios privados.

Fonte: Angop

Em entrevista ao Jornal Negócios, o dirigente declarou que, apesar desse passo, precisa-se de aumentar os esforços para o país comunicar mais e melhor.

 

João Melo referiu que a pluralidade e abertura vigente nos órgãos de comunicação social está consagrada no programa sufragado pelo MPLA, nas eleições de 2017.

 

É seu entendimento que a comunicação social angolana, quer estatal, quer privada, tem uma responsabilidade comum: prestar um verdadeiro serviço público de comunicação.

 

Por isso, expressou o ministro, cabe à imprensa prover aos cidadãos uma informação completa, fidedigna (verdadeira, bem apurada e correctamente enquadrada), sóbria, equilibrada e atraente, sem, entretanto, ceder ao sensacionalismo barato.

 

O titular da pasta sugere que os jornalistas nacionais separem claramente informação e opinião, exerçam o seu papel crítico de maneira objectiva e factual e, em termos de opinião, passem a dar espaço a todas as vozes, dentro dos limites constitucionais.

 

No seu entender, o serviço público de comunicação não deve ser apenas prestado pelos órgãos do Estado, sublinhando ser necessário noticiar todos os factos socialmente relevantes e não apenas os negativos, extravagantes, aberrantes ou as eventuais falhas do Governo.

 

Quanto aos projectos do seu pelouro, João Melo informou que entre as prioridades consta a reestruturação e modernização das empresas públicas de comunicação social.

 

Disse que vai trabalhar na criação de condições para a existência de um sistema de comunicação social aberto, plural e diversificado, em termos de propriedade, perfil e linha editorial.

 

De igual modo, adiantou, vai trabalhar para fomentar a imprensa local e comunitária.

 

Noutra vertente da entrevista, João Melo realçou o facto de Angola registar abertura económica, que, a seu ver, será geradora de mais abertura política, criando uma classe média que não quer "repetir os 38 anos de controlo e dirigismo quase absoluto".

 

Em relação à corrupção, o ministro da Comunicação Social reconheceu ser um gravíssimo problema social, na medida que pode criar um estado de anomalia geral, em que os comportamentos ilícitos passam a ser considerados normais.

 

“Em Angola, estávamos à beira desse ponto. O Presidente João Lourenço percebeu claramente o risco em que estávamos e fez da cruzada anticorrupção a sua grande bandeira. Precisa, pois, de ser apoiado por todos os angolanos de bem”, exprimiu.

 

Questionado sobre as relações entre Angola e Portugal, disse concordar com a ideia de que tenham entrado numa rota de normalidade, mas considerou necessário que os pequenos e médios empresários portugueses venham investir no país e não se limitem ao import-export.

 

Para a melhoria das relações entre os dois povos e governos, o ministro disse ser importante promover a livre circulação de pessoas e o intercâmbio científico, artístico e cultural.