Luanda - O gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) disse hoje que Angola teve uma recessão de 2,5% no ano passado, melhorando a estimativa anterior, devido à revisão feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Fonte: Lusa

"Juntando todos os componentes do PIB exceto o petróleo, e ignorando os subsídios e impostos, e os serviços de intermediação financeira, há uma queda agrupada de apenas 0,4% do PIB" no terceiro trimestre, lê-se na nota enviada hoje aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

 

"Se este crescimento do PIB não petrolífero for repetido no quarto trimestre [do ano passado], o PIB vai decrescer cerca de 2,5%, perto do declínio de 2,6% em 2016", apontam.

 

Assim, concluem os analistas do BFA, "já não é certo que a recessão de 2018 vá ser pior que a de 2016", como disseram quando foram divulgados os números do INE relativamente ao segundo trimestre deste ano.


Nos valores apresentados já este mês, sobre o terceiro trimestre, o INE angolano fez uma forte revisão aos números do segundo trimestre, suavizando a queda económica que Angola enfrenta nos últimos anos.

 

"No setor não petrolífero é mais desafiante fazer previsões", admitem os analistas do BFA, apontando que, "por exemplo, não é completamente claro quais foram as componentes do PIB que originaram a revisão" apontada para os valores do segundo trimestre, divulgados pelo INE angolano.

 

"Deve ser notado que os dados anteriores foram sujeitos a uma revisão significativa, revelando um desempenho menos negativo do que o previamente divulgado", escreve hoje o BFA, acrescentando que "no primeiro trimestre de 2018, os dados agora mostram um decréscimo anual de 2,2%, comparado com a estimativa anterior de 4,7%", e "entre abril e junho a economia encolheu 4,5% em termos anuais, em vez da anunciada quebra de 7,4%".

 

A economia de Angola esteve novamente em queda no terceiro trimestre do ano passado, descendo 1,6% face ao mesmo período do ano anterior, o que suavaiza a queda de 4,5% no segundo trimestre e faz com que, nos primeiros nove meses de 2018, a recessão tenha sido de 2,7% face ao mesmo período de 2017.