Benguela - O secretário provincial da CASA-CE, Francisco Viena, anunciou, nesta quarta-feira, o seu abandono da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), por alegado "fracasso" daquele projecto político.

Fonte: Angop

Em conferência de imprensa, o então responsável da terceira força política do país em Benguela prometeu dedicar-se, por enquanto, à advocacia e às actividades empresariais.



Segundo o político, aquando da sua constituição, em 2012, "a CASA-CE tinha todas as condições para ser um instrumento viável para realizar o país e os angolanos".


Entretanto, sustentou, hoje não tem as mesmas condições, porque "passou a ser dominada pelos interesses privados dos partidos políticos coligados, em detrimento do panorama político nacional".


"Nós, os independentes, e particularmente eu, estamos defraudados. Não posso pactuar com essa situação, porque estou na política para servir o país e os angolanos", referiu.



A Coligação, liderada por Abel Abel Chivukuvuku, foi a terceira força política mais votadas nas eleições de 2017, tendo conquistado 16 lugares no Parlamento.



Francisco Viena afirmou que nunca pensou em fazer parte de um grupo de pessoas que, de repente, já afirma que "o patriotismo não enche a barriga".


No seu entender, "a CASA-CE não está a ser dirigida por pessoas sérias", daí ter apelado aos seus companheiros independentes dos partidos coligados para reflectirem sobre a sua sobrevivência política dentro desta organização.


Argumentou que a realidade indica que esta sobrevivência, incluindo a do presidente Abel Chivukuvuku, já não deve passar pela CASA-CE.


O político disse ser necessário que os independentes assumam uma postura diferente, a fim de criarem condições políticas, jurídicas e psicológicas que possam dar lugar a um novo ente político-partidário, capaz de congregar todos.


Apesar de abandonar o projecto político da CASA-CE, Francisco Viena disse que não está contra o presidente da coligação, Abel Chivukuvuku.


Anunciou, por outro lado, que pensa em avançar com um novo projecto político, uma vez que conta com condições políticas, físicas e psicológicas para o fazer.


Questionado se abraçaria um possível convite do partido no poder, no quadro da necessidade de candidatos independentes para as autarquias, o político afirmou que não sairá da CASA-CE para o MPLA sem um convite formal.

Francisco Vilhena dirigiu a campanha eleitoral da coligação em 2017, em que não conseguiu assento parlamentar, nos cinco lugares disponíveis para Benguela.