Luanda - Waldemar Pires Alexandre, é o único antigo alto funcionário da antiga direção do Instituto Nacional de Estradas de Angola cujo nome não constam no processo 439/19 que decorre junto a sessão de crimes económicos do Serviço de Investigação Criminal. Dentre os ex- funcionários ouvidos pelas autoridades estão apenas, Joaquim Sebastião, Artur Carlos Fortunato, Faustino Feliciano, Nicolau Paulo Pascoal e Miguel João Domingos.
Fonte: Club-k.net
Antigo DG Adjunto será apenas testemunha chave
Ao tempo da gestão de Joaquim Sebastião, Pires Alexandre ocupava o cargo de Director-Geral Adjunto. A exclusão do nome de Waldemar Alexandres - cuja esposa é familiar da primeira-dama Ana Dias Lourenço - é remetida a contrapartida, por conta da boa prestação com que as autoridades acolheram com a sua cooperação. Neste processo, o mesmo deverá comparecer como testemunha chave depondo contra os seus antigos colegas.
Nos tempos dourados, o INEA contava com dois diretores adjuntos, um deles desempenhado por Pires Alexandre. A dada altura, houve restruturação no INEA culminando com a extinção de um dos posto de Director-Adjunto. Pires Alexandre seria então automaticamente despromovido. Por outro lado, a relação do mesmo com o então director-geral Joaquim Sebastião já não seria a mesma até ocorrer a mediação, em vão, de uma das filhas do então Presidente José Eduardo dos Santos com interesses no ramo da construção.
Em Maio de 2013, Waldemar Pires Alexandre - que lamentava ter sido desconsiderado por Sebastião - seria nomeado ministro no seguimento de influencias movidas pela então família presidencial que queixavam-se que o anterior titular da construção, Fernando Fonseca andava a bloquear as suas empresas no sector da construção civil.
Ao tempo do “boom petrolífero” em que Angola recebeu financiamento da China para reconstrução nacional, o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), serviu de fonte para que muitas empresas privadas e ligadas a membros do MPLA se envolvessem em contratos para reabilitação de estradas em Angola, mesmo sem oferecerem garantias de experiencia no sector. “Buda” Albuquerque, na altura ligado ao palácio presidencial e que foi a pessoa que levou o CV de Pires Alexandre, para promoção a ministro, viu depois uma das suas empresas a ser escrutinadas para realização de obras de construção.
O papel de testemunha a desempenhar por Pires Alexandre no processo contra a antiga direção do INEA, é semelhante a antecedes ocorridos num passado recente. Em 2006, o então Director de Apoio Técnico de Inteligência do Serviço de Inteligência Externa (SIE), Gilberto da Piedade Veríssimo foi também colocado de parte no processo contra a antiga direção chefiada por Fernando Miala. Em Tribunal passou a testemunha.
No ano de 2011, o então comandante da Divisão de Viana da Polícia Nacional, o Superintende Augusto Viana Mateus viu também o seu nome distanciado da lista de arguidos num processo que envolvia a direção do comando da Polícia de Luanda chefiada por Joaquim Vieira Ribeiro. Augusto Viana, tornou-se a testemunha chave do processo tendo feito revelações comprometedoras que determinaram a sentença de “Quim” Ribeiro.