Luanda - Decorre a “Operação Resgate”, que visa devolver aos cidadãos a paz e a tranquilidade na via pública. Isso inclui o trânsito. Sobre o trânsito na cidade de Luanda, muito precisa de ser resgatado.

Fonte: Club-k.net

Hoje, vou referir-me apenas ao facto de os agentes de trânsito fazerem vista grossa aos constantes atropelos de determinados taxistas (os chamados candongueiros), que prejudicam o trânsito.


Isso ocorre em várias dezenas de locais da cidade, mas vou referir-me a apenas dois locais:


1) a Av. Revolução de Outubro, no sentido aeroporto–cidade, mesmo a seguir aos Blocos dos Cubanos que se localizam a apenas um quilómetro da área do aeroporto internacional;


2) a rua do SIAC, em Talatona.

Os dois locais foram por mim escolhidos, por se tratar de pontos de paragem de azulinhos (o primeiro) e de viaturas não habilitadas a prestar esse serviço (o segundo).


Nesses locais, os taxistas estacionam na faixa de rodagem, diante do olhar conivente de agentes de trânsito. As consequências disso são trágicas para quem por aí circula e, também, para a economia do país e o bem-estar do cidadão.


Não é raro verem-se agentes “reguladores” do trânsito a interceptarem candongueiros nesses dois locais, já se sabe com que intenção. E desde que se recebam as contrapartidas por eles exigidas, tudo se mantém inalterado, sem se cumprirem as regras de trânsito e prejudicando assim meio mundo.

Na Av. Revolução de Outubro, a menos de dois quilómetros da área do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, os táxis param na faixa de rodagem, o que pressupõe a diminuição, de 3 para 2 faixas.


Uma vez que estacionam também na segunda faixa, sobra apenas uma faixa de rodagem para circulação afunilada do trânsito automóvel.


Neste local, ao contrário do outro, há quase permanentemente agentes da polícia de trânsito. Mas é dos piores locais da cidade para circular, independentemente da sua localização privilegiada, mesmo nas barbas do aeroporto internacional.


É preciso que as autoridades citadinas façam rapidamente obras no local, de modo que os táxis parem fora das 3 faixas de rodagem. Pode, por exemplo, retirar-se um pouco do passeio, de modo a haver espaço para estacionamento de taxistas.


Uma outra alternativa é proibir o estacionamento de táxis nesse local e passá-lo para 20 metros dentro do bairro Mártires de Kifangondo, ali mesmo ao lado. É que há ali espaço para isso, desde que a coisa se passe a fazer de forma ordenada.

Quanto à rua do SIAC, o que se passa ali é simplesmente incrível.


Havendo agentes de trânsito ou não, viaturas de todo o tipo param impunemente na faixa de rodagem, dificultando o trânsito e, até, causando acidentes. Não se vêem azulinhos, mas outro tipo de viaturas, com destaque para i-10.


Neste caso, damos conta de haver (do lado esquerdo, na lateral do HCTA) espaço destinado a estacionamento, onde existem permanentemente cones que impedem o estacionamento.


Quer dizer que até há espaço para uma paragem de táxis, que resolveria em definitivo o problema da circulação nessa rua. Então porquê continuar a penalizar os condutores e a economia?

Um caso e outro precisam de resgate, pois não se compreende que a Polícia de Trânsito continue a pactuar com a actuação ilegal e impune dos taxistas.


Não se admite que quem por ali passa (com excepção apenas dos domingos e do período nocturno) seja obrigado a ficar retido, por desleixo e clara despreocupação por parte dos chamados candongueiros e dos agentes “reguladores” de trânsito.


Estes dois exemplos demonstram também que a cidade de Luanda precisa de autoridades que circulem pela cidade, detectem os problemas e encontrem soluções.


Porque as soluções existem, precisam é de autoridades com o mínimo de responsabilidade e competência para as encontrar com a necessária rapidez.

Paulo de Carvalho