Lisboa – A Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), enviou recentemente uma notificação ao tenente-general Leopoldino Fragoso do Nascimento para ser ouvido neste órgão afecto a Procuradoria Geral da República de Angola.

Fonte: Club-k.net

Segundo apurou o Club-K, aquela alta patente militar não pode comparecer na data marcada alegando estar na Singapura, tendo entretanto acertado que comparecia para responder na quarta-feira (10) desta semana.

 

Nascido  aos 5 de junho de 1963 (idade 55 anos), o Leopoldino do Nascimento foi ao tempo do Presidente José Eduardo dos Santos um dos mais influentes generais do circulo presidencial, onde durante muitos anos ocupou o cargo de chefe das telecomunicações.


Filho de pai educador primário, Manuel Maria Nascimento (ex- professor da escola São Domingos), o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” provêem de uma família que na década de 70/80 se protagonizou no antigo bairro “Congo Pequeno”, hoje Saiotes nos arredores do bairro Nelito Soares. Quando chegou a idade para ir para tropa, Leopoldino foi despachado para a província da Huila fazer a recruta e por influencia dos seus cunhados (general Carlos Rodrigues da Cruz “Faisca” e o malogrado “Bazuca”) ganhou uma bolsa de estudos para Bulgária onde, na década de 80, estudou telecomunicação militar. Regressado ao país foi colocado como quadro das comunicações do Estado Maior das Forças Armas.


A entrada para o circulo presidencial aconteceria em circunstancias de sorte e por influencia de figuras que estariam em ascensão no “futungo de belas”. Isto é, na primeira semana de Dezembro de 1992, o Presidente da Republica, nomeou um novo chefe da Casa Militar, o então coronel “Beto” Van-Dúnem, de sua graça Osvaldo Serra Van-Dúnem. Naquela altura, o departamento das comunicações da Casa Militar era chefiado por um oficial que dava pelo nome de “Kalei”, notabilizado por ter andado em todas as guerras como guerrilheiro do MPLA. “Kalei” respondia ao Coronel “Beto”, porém, as relações entre ambos ficaram marcadas por contradições, o que levou o então Chefe da Casa Militar a ir buscar alguém no Estado Maior das FAA que pudesse render o então responsável das comunicações da presidência, que por sua vez foi enviado para embaixada angolana em Lusaka como adido militar, onde faleceu, na década de 90.


Leopoldino do Nascimento que já era conhecido do então coronel “Beto” Van-Dúnem através dos seus progenitores ao qual se dizia haver laços de parentescos seria então o escolhido para substituir o general “Kalei”.

 

“Dino” chegou com a patente de major e por portas e travessas arranjou amizade com a então primeira dama, Ana Paula dos Santos, a qual se aproximou por intermédio de uma irmã desta. Através desta amizade chegou até ao circulo do próprio PR, José Eduardo dos Santos. Oportunisticamente, o general Manuel Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, o novo Chefe da Casa Militar que seria nomeado, em Julho de 1995, viu nesta amizade uma forma de também se tornar ainda mais chegado ao ex-PR tendo promovido “Dino” do Nascimento para o seu próprio proveito. Envolveu-lhe também em todos os negócios fazendo dele, um dos generais mais ricos de África.


Presentemente dedica-se a vida empresarial sendo acionista da UNITEL, Cochan, Banco Econômico e outros empreendimentos. É igualmente sócio da petrolífera, Nazaki Oil & Gás que tem também como proprietários, com quotas iguais, o ex-Chefe da Casa Militar e o antigo Vice- Presidente angolano. Em muitos negócios onde consta o nome do general “Kopelipa” e de Manuel Vicente, o general “Dino” entra como terceira parte em representação dos interesses do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, razão pela qual chancelarias estrangeiras em Luanda, sempre entenderam que parte da fortuna e bens do ex-PR encontra-se em nome de Leopoldino Fragoso do Nascimento.