Luanda - Quem leu ou ouviu o comunicado da Presidência da República que culminou na anulação da TELSTAR como 4.ª operadora de telecomunicações móveis, bem como instruiu o ministro de tutela a organizar um novo concurso no espaço de 30 DIAS pode ter ficado com a ideia que se trata de um assunto URGENTE, como o país estivesse a correr atrás do prejuízo...

Fonte: Facebook


Ao limitar-se a anular o concurso e não afastar o ministro responsável pela tragicomédia, o PR deixou transparecer que José da Rocha será uma peça fundamental na manobra da equipa governativa, mesmo depois da sua competência e integridade moral terem sido «estendidas» em praça pública.


Será por está razão que algumas vozes levantaram-se em defesa do ainda ministro das TIC´s dizendo que ele deve manter-se à frente do pelouro até à realização do concurso, tendo outras alegado que Angola tem compromissos internacionais a honrar e que o adiamento do concurso poderia comprometer o investimento estrangeiro?


Para mim, nenhum desses argumentos colhe, visto que o PR bem podia exonerar o ministro e, no seu lugar, indicado um dos seus secretários de Estado para realizar a empreitada. Imaginemos que José da Rocha estive impedido de realizar o concurso por qualquer motivo de força maior – doença ou morte, num dos piores cenários – alguém teria de substitui-lo...


No limite, JLo poderia adiar o concurso por mais 30 dias ou mais tempo, pelo que não cairiam o Carmo e a Trindade. Para os milhões de angolanos que estão há anos à espera de uma nova operadora eles não iriam escandalizar-se com o atraso de mais alguns meses, até porque a nova operadora só deveria entrar em actividade no PRÓXIMO ANO.


Confesso que não vejo motivos que levaram o PR a imprimir tanta Urgência nesse concurso. Antes um concurso atrasado, mas transparente, bem disputado, que defenda os interesses nacionais, do que um concurso apressado/urgente, mas eivado de irregularidades e vícios que podem colocar em causa o interesse público.


Ao não afastar José da Rocha, o ministro chorão, JLo acaba por dar uma nova «carta-branca» a um personagem que tem o seu nome e reputação maculados em praça pública. É com esse tipo de colaboradores que JLo pretende «corrigir o que está mal»?