Luanda - Caríssimos leitores, temos estado a acompanhar em silêncio, mas com muita preocupação o desfilar de diversas políticas macroeconômicas do Executivo Angolano na perspetiva de poder ter-se uma melhor percepção sobre o impacto destas em variáveis como o alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda socialmente justa e o crescimento económico que devem constituir metas obrigatórias de qualquer estado na actualidade moderna.

Fonte: Club-k.net

No tocante o Leste de Angola e mas concretamente à região das Lundas alertamos que toda tendência de empreendorismos em áreas como pecuária e agro-indústria direcionada à exportação pode ser inviabilizada pela inexistência de alguns factores indispensáveis que contribuem para o melhoramento do ambiente de negócios, tais como vias de escoamento: Aqui é importante observar que a ausência do ramal ferroviário de Luena à Saurimo e Saurimo ao Dundo cuja implementação defendemos desde à década passada, assim como à necessidade gritante de uma reconstrução competente das estradas nacionais e a insuficiente produção de energia eléctrica, transforma as Lundas num verdadeiro cemitério os esforços para o melhoramento da balança comercial no tocante à contribuição do sector pecuário e a agro-indústria. Vale aqui recordar que, a África tem mais de 40% de terra arável do planeta Terra, portanto o País pelo seu potencial neste campo tem responsabilidades acrescidas sobre este indicador e se nada for feito de concreto para o Leste de Angola, todas as politicas macroeconômicas de qualquer executivo neste sector nascerão já moribundas.


Partindo da premissa da probabilidade da inviabilidade à curto e longo prazo do sector pecuário e agro-industrial, que podia empregar a maior parte da força de trabalho activa das Lundas o sector da mineração e em concreto as cooperativas diamantíferas pode contribuir muito para o empoderamento dos municípios do Leste de Angola à curto e longo prazo, caso o executivo quiser identificar-se realmente alinhado com à erradicação dos altos índices de miséria ainda prevalecente no leste de Angola e não só.


Colocar em funcionamento das mais de 220 (Duzentas e vinte) cooperativas de prospeção e exploração diamantifera em todo o país não deve ser visto como uma actividade de segundo plano para quem de direito. Deve ser uma prioridade urgente do executivo se compreendermos que cada uma das cooperativas para o seu surgimento como pessoa jurídica incluindo à aquisição da licença paga-se aproximadamente mais de 20 mil dólares Americanos, perfazendo um total de aproximadamente 4,4 (Quatro milhões e quatrocentos mil dólares Americanos) ao cofres do estado por via de impostos e sem nenhuma informação geológica dada em troca as cooperativas (podem comprar gatos por lebres). E considerando também que para um arranque bem estruturado de uma cooperativa desde o ponto de vista técnico e económico precisa-se aproximadamente 5.250.000,00 (Cinco milhões e duzentos e cinquenta mil dólares Americanos) o que representa um total de 1.155(Um bilhão e cento e cinquenta e cinco milhões de dólares Americanos) num total de 220 (Duzentas e vinte) cooperativas, valores estes maioritariamente disponível para entrar em circulação em Angola provenientes de investidores estrangeiros (Americanos, Europeos Asiáticos e Sul Africanos) que estão dispostos entrarem em parceria com as cooperativas Diamantiferas à luz da nova legislação no sector. Porém surgimos nós próprios com barreiras que não encontram justificações plausíveis para retirar aproximadamente 44mil (Quarenta e quatro mil) cidadão do desemprego se cada uma das 220 (Duzentas e vinte) cooperativas empregar aproximadamente 200 (Duzentos) cidadãos. A Operação Transparência não terminará com o garimpo no Leste de Angola, porque é uma questão de vida ou morte para à sustentação das famílias angolanas, e porque não foram fornecidas outras oportunidades de emprego para as populações e nisto as cooperativas podem contribuir muito incluído no controlo do garimpo nas suas áreas, portanto são parceiras do estado.


Muitas destas cooperativas poderão trasformar-se em empresas de grande porte neste sector (e algumas poderão ser mesmo maior que as já existentes) assim como puderam influenciar na melhoria dos outros sectores incluindo à pecuária e agro-indústria. Portanto instrumentos do estado como a “Operação Transparência” é bem vinda e deve ser permanente em paralelo com funcionamento das cooperativas não só, mas quer ela com os outros organismos e instituições devem acompanhar á demanda do sector visando o melhoramento da funcionalidade deste e nunca transformarem-se num factor impeditivo do desenvolvimento do país. Muitas destas cooperativas estão à mais de 3 à 4 anos à contar do anterior executivo e desde Setembro de 2018 ( sete meses do novo executivo) aguardando por licenças, será isto um bom indicador de gestão? Que imagem estamos passando à comunidade estrangeira no tocante a política de atracção de investimento estrangeiros e não só.


Aconselhamos que as velhas mentalidade de visualizar as cooperativas e não só como o enrequicimento individual dos cooperadores e não na visão estruturante do desenvolvimento do país, pelo que se eu não tenho uma, também ás dos outros não podem funcionar enquanto dependerem de mim, não é correcta. Se alguém ainda tristemente pensa assim, então não está no sitio certo. E as entidades de direito que primam por uma gestão transparente e competente devem ter à missão de rever as suas peças, porque peças oxidadas em novos sistemas não funcionam, só ajudam a corroer as outras, e já há muitos exemplos destes também no nosso País. Não esperemos à aproximação das eleições para libertarmos as cooperativas do cidadão comum, como forma de tirar vantagens eleitorais como sempre era feito, operemos focalizados no País e na Nação nas pessoas.


Ao contrario continuaremos à desejar à implementação das autarquias de forma gradual talvez pelo medo de perdermos votos lá onde há pobreza extrema que nós próprios contribuímos pela sua prevalência.


Podemos até ter boas intenções, mas se na prática as nossas políticas macroeconômicas não estiverem em sintonia funcional com as metas macroeconomicas e a satisfação das necessidades da população, podermos ser mal entendidos e estaremos correndo o risco de poderemos ser confundidos como uma nova especie de “Marimbondos”. Acreditamos nas capacidades e competências de Sua Excia Chefe do Executivo em melhorar este quadro, para o bem estar dos Angolanos.


21/04/2019
António Marcelo Domingos