Luanda - A política de austeridade faz parte da macroeconomia é utilizada quando o nível do déficit público é considerado insustentável e é implementada através do corte de despesas. Alguns grandes economistas defendem a favor e outros contra.

Fonte: Club-k.net

A economia angolana encontra-se em recessão(queda no nível de produção, aumento do desemprego, queda narenda familiar, redução da taxa delucro, aumento do número de falências, queda do nível de investimento), trata-se do terceiro ano consecutivo.


Em termos mais simples, a nossa Economia encontra-se em estado de coma a respirar com ajuda dos aparelhos. O estado angolano contraiu um empréstimo ao fundo monetário internacional no valor de 3,7 mil milhões de dólares norte americano, em contrapartida o FMI exigiu medidas restritivas que tem haver com a redução dos gastos públicos, para garantir o reembolso deste valor.


O argumento moderno da austeridade sustenta que em tempo de crise, as politicas fiscais restritivas (aumento de impostos e redução de gastos) pode ter um efeito expansionista, que busca por meio de ajustes fiscais e por meio de cortes de gastos, ajustar a economia e promover o crescimento económico.


A defesa da austeridade fiscal sustenta que diante de uma desaceleração económica e de um aumento da dívida publica, como é o caso de Angola, o governo deve realizar um ajuste fiscal, preferencialmente com corte de gastos públicos em detrimento de aumento de impostos.

O tempo é oportuno?


Não. Para Keynes, o tão conhecido pai da macroeconomia, sustenta que é nos momentos bons do ponto de vista económico e não na crise que o governo pode eventualmente cortar gastos principalmente os gastos públicos correntes, um aumento dos gastos publico gera fundamentalmente crescimento e emprego. Nos momentos bons os cortes nos gastos público teriam efeito menor sobre a actividade económica, dado que o sector privado estaria atuando de forma expansionista, ou seja quando a economia está aquecida o corte do investimento em uma obra pública por exemplo pode não ter um efeito tão negativo na economia uma vez que a empresa que seria contratada pelo governo poderá ser contratada por outra pessoa ou empresa privada.

Cortes nos gastos públicos e os seus riscos.


O efeito da austeridade pode ser entendido de forma intuitiva, gastos e rendas são dois lados da mesma moeda, o gasto de alguém é a renda de outra pessoa, quando alguém gasta alguém recebe. Quando o governo contrai o seu gasto principalmente no tempo da crise, milhões de pessoas passam a receber menos, o que tem impacto negativo na renda privada.


Quando o governo corta gastos para investimento destinado a uma obra publica por exemplo, terá um efeito directo sobre a renda e o emprego, uma vez que a empresa que seria contratada deixar de empregar e comprar material. Por esses e outros motivos a taxa de desemprego cresceu nos últimos dois anos, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), cresceu de 20 a 28,8%.