Lisboa - Manuel Alexandre Duarte Rodrigues ”Kito”, é citado por funcionários da embaixada de Angola na Namíbia, como tendo se mostrado “espantado” com o anuncio da sua exoneração do cargo de chefe daquela missão diplomática.

Fonte: Club-k.net

Segundo fontes do Club-K, este antigo ministro do interior e general na reforma estava de facto convencido de que seria exonerado em finais deste ano, uma garantia que lhe foi transmitida anteriormente pelo ministro das relações exteriores, Manuel Augusto. A estranheza verificada no mesmo é de que não contava que o seu nome constasse no mais recente grupo de exonerados. Também não apreciou, o facto de ter tomado conhecimento da exoneração pela televisão.

 

No seguimento de uma contestação respeitante a forma indelicada como ocorreu a exoneração, ter-lhe-ão, transmitido que o “Presidente assinou o despacho sem ler o seu nome e quando foi alertado já era tarde”. Diz-se que esta convencido sobre a existência de uma cabala contra a sua geração de veteranos sobretudo por estarem a ser afastados sem nenhum reconhecimento ou reforma condigna.

 

Já em 2014, o general Alexandre Rodrigues ”Kito”, reagiu mal a uma diligência visando a sua aposentadoria como diplomata. O argumento que lhe foi atribuído, na altura, era de que só aceitaria se reformar se o então Presidente José Eduardo dos Santos, e quem foi correligionário, se retirasse também da vida política. JES, saiu em Agosto de 2017, e “Kito” manteve-se até a semana passada.

 

O general “Kito” Rodrigues foi na década de 80 uma das figuras mais poderosas do regime do MPLA e era muito próximo ao Presidente José Eduardo dos Santos. Deixou de fazer parte do circulo presidencial, no inicio da década de 90, depois de intrigas movidas pelo então coronel   Zé Maria, da contra espionagem militar, que o acusou  de planear um golpe de Estado, em 1989. 

 

Ao ser despachado para diplomacia (África do Sul e depois Namíbia como embaixador), tornou-se daqueles dirigentes históricos que não se podia exonerar sem comunicação previa devido a receios de eventuais reações ou pronunciamentos que passiveis de representar embaraços para o regime.

 

O processo da sua aposentação, teve inicio com a sua acomodação como membro do Conselho da República, ao qual foi indicado desde Janeiro de 2013. Porém, foi com o actual João Lourenço que “Kito” viu-se compulsivamente afastado do posto de conselheiro da República e do cargo de embaixador e despacho a reforma.