Paris - A UNITA quer que a PGR investigue os 17 assassínios pelas Forças de Defesa e Segurança na localidade de Calonda, na Lunda Norte a 4 de Maio, com em pano de fundo o garimpo de diamantes e a recusa dos populares de o partilharem.

Fonte: RFI

Governo e polícia, negam a existência de uma "vala comum" em Calonda, um termo que circula nas redes sociais considerado pelo governo "calunioso e utilizado por pessoas que criticam o combate ao garimpo e à imigração ilegal, no quadro da Operação Transparência" em curso em Angola, com destaque para as zonas diamantíferas das Lundas Norte e Sul.

 

Segundo Joaquim Nafoia, secretàrio para os Direitos Humanos da UNITA, o termo "vala comum é utilizado pela polícia de forma atabalhoada, para tentar manipular a opinião pública...pois as pessoas foram mortas de forma dispersa".

 

Centenas de milhares de estrangeiros, na sua maioria oriundos da República Democrática do Congo, foram expulsos destas regiões diamantíferas no quadro da Operação Transparência, que "falhou redondamente pois 90% já regressaram e participam no garimpo com as Forças de Desefa e Segurança, que a 4 de Maio assassinaram 17 pessoas e feriram pelo menos 13", algumas delas em estado grave, afirma Joaquim Nafoia, que entre 9 e 13 de Maio se deslocou à localidade de Calonda, município de Lucapa, na Lunda Norte.

 

Joaquim Nafoia, afirma possuir filmagens e fotografias dos cadáveres e ter recolhido "testemunhos dos familiares das vítimas e de alguns feridos, que confirmam os assassínios pelas Forças de Defesa e Segurança...que esta quinta-feira (23/05) balearam um outro cidadão".

 

Para Joaquim Nafoia, "esta chacina de 17 elementos deve-se ao facto de os nativos da Lunda Norte recusarem partilhar o 'cascalho' extraído do garimpo com as Forças de Defesa e Segurança, que os correm a tiro, para se apoderarem do produto.

 

Segundo Joaquim Nafoia, alguns dos autores dos assassínios são conhecidos, mas coninuam impunes e apela o governo a identificar, responsabilisar e criminalizar os responsáveis.