Luanda - O nacionalista e deputado do MPLA, Miguel Nzau Puna participou deste sexta-feira (31), nas exéquias fúnebres do fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, que decorrem na localidade do Lopitanga, na província do Bié. Com direito a discurso, Puna referiu que negar enterro a Jonas Savimbi, é um acto desumado.

Fonte: Club-k.net

Antigo numero dois da guerrilha  da UNITA

Miguel Nzau Puna foi durante duas décadas o “numero dois” da UNITA exercendo as funções de secretário-geral. Em 1992, largou este partido no seguimento de desentendimentos,  quanto a  sua oposição  as execuções contra dois  dirigentes do partido,   Wilson dos Santos, Tito Chingunji, e suas respetivas famílias. 

 

Mesmo desentendido passou a ser considerado por Savimbi, e este por sua vez proibia aos membros da UNITA de o destratarem  publicamente. Puna, é considerado o melhor que o falecido lider do Galo Negro teve em vida apesar do desentendimento que tiveram ao regressarem das matas.

 

No inicio da década de 90, fundou a Tendência de Reflexão Democrática (TRD), que nela faziam parte outros dissidentes como Tony da Costa Fernandes e Paulo Tjipilika. Fez depois parte do governo de unidade e reconciliação (GURN), para mais tarde ser nomeado embaixador de Angola no Canadá. Em 2008, foi cooptado pelo MPLA para integrar nas suas fileiras, tornando-se, até aos dias de hoje deputado a Assembleia  Nacional. 

 

Há conhecimento que tem tido adaptar-se como militante do partido no poder, razão pela qual, em 2012, passou a regressar ao convício dos seus amigos da UNITA. Os seus contactos mais visíveis dentro da UNITA são com os co-fundadores deste partido, Samuel Chiwale e Ernesto Mulato. Também tem recebido em casa a visita dos filhos de Jonas Savimbi.

 

Dentro da UNITA há o sentimento de que o mesmo continua a ter feição por este partido. Tal manifestação, conforme fontes do Club-K,  começou a ser sentida anos atrás quando participou no funeral de um Coronel da logística das FALA, Arão Nguzengue que fora seu subordinado na Jamba. Na altura do elogio fúnebre, o deputado Nzau Puna destacou, na sua alocução, a bravura do antigo soldado usando terminologias que davam a impressão de que teria se esquecido que naquele exacto momento ele fazia parte do “inimigo” ao qual citava no discurso.

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