Lisboa - A "Global Witness" acusou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI) de estar a alimentar a corrupção em Angola ao proceder a um empréstimo de 1,3 mil milhões de dólares para o equilíbrio da balança de pagamentos do país.
Fonte: Lusa/Angop
Num relatório enviado à Agência Lusa, a organização internacional que mantém uma vigilância sobre a corrupção em Angola há vários anos adianta que o FMI não devia aceitar o empréstimo a Angola porque o seu governo é "altamente corrupto".
O empréstimo a que se refere a "Global Witness" foi negociado pelo FMI e o governo angolano em duas rondas de negociações que tiveram lugar em Luanda nas últimas semanas e tem uma duração de 27 meses, a partir de Novembro, com o objectivo de apoiar o governo no controlo da sua balança de pagamentos.
Acordo com o FMI vai equilibrar balança de pagamentos de Angola, segundo o Governo
O empréstimo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai conceder a Angola, através do acordo "Stand by", visa equilibrar a balança de pagamentos do país, disse em Luanda o ministro das Finanças, Severim de Morais.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), o ministro disse ainda que o empréstimo visa também resolver a actual situação de escassez de divisas no mercado cambial e representa, além disso, um aumento da credibilidade de Angola no mercado financeiro internacional.
O acordo com o FMI vai permitir também o acesso ao crédito em melhores condições e uma significativa melhoria na situação da balança de pagamentos de Angola, salientou Severim de Morais.
Leão Peres, funcionário superior do Banco Nacional de Angola, disse à RNA que uma das vantagens do acordo com o FMI é a estabilidade da moeda.
Disse que o financiamento vai ajudar Angola, com incidência na componente cambial, a estabilizar a moeda, uma vez que devido à redução das receitas e impostos petrolíferos, o país tinha uma relativa escassez de divisas, tendo havido uma forte pressão sobre o fundo cambial, que favoreceu os níveis de depreciação da moeda angolana.