Luanda - Activistas e o deputado pela UNITA Raúl Tati consideram que Cabinda continua fora da agenda do MPLA e do Presidente João Lourenço.

*Manuel José
Fonte: VOA


Dirigentes de associações cívicas locais consideram que o silêncio de João Lourenço e do seu partido no recente congresso dos camaradas foi propositado para seguir com a estratégia do que chamam de tentativa de colonizar Cabinda.

 

“O MPLA esqueceu-se de Cabinda porque quem comanda o partido é um genuíno anti-Cabinda, claro que o único desenvolvimento é inundar a província de militares, para continuar a amedrontar, criar repressão, cadeia, tortura, afugentar os quadros para que a terra fique livre e eles a possam colonizar melhor", afirma Alexandre Kuanga, coordenador da Associação para o Desenvolvimento, Cultura e Direitos Humanos de Cabinda.


Cidadãos em Cabinda são tratados de forma “arbitrária e autoritária”, diz UNITA


Outro líder associativo de Cabinda, Arão Tempo, considera que os problemas de Cabinda e dos cabindas multiplicam-se e o partido que governa Angola olha e assobia para o lado.

 

"Não sei se há algum programa que não querem esclarecer de que Cabinda não faz parte de Angola e isto devia gerar um debate, para se saber se Cabinda é ou não Angola porque os problemas aqui agudizam-se: os jovens não têm emprego, a população não tem poder de compra e não consegue adquirir produtos para revender, mesmo a água potável é escassa e continua a crescer a concentração de militares em Cabinda”, denuncia o jurista Tempo.

 

Também o activista e defensor dos direitos dos cabindas Alexandre Fernandes entende que a província continua a ser uma pedra no sapato de todos angolanos e não só dos elementos do MPLA,

"Aqui as coisas vão de mal a pior, se o direito à religião e ao culto é reprimido, quanto mais os demais direitos", questiona Fernandes.

 

Por seu lado, o deputado por Cabinda pela UNITA, Raúl Tati, afirma que "desde que João Lourenço tomou o poder ainda não levou a sério o problema de Cabinda, nem dá mostras de qualquer intenção de se envolver nesta questão, tentar pelo menos recuperar que o seu antecessor nunca fez”, desafiou Tati, que afirma esperar que “tanto João Lourenço, como o partido governante possam a qualquer momento se debruçar com maior abertura possível e transparência sobre este problema de Cabinda que atá agora clama por uma solução a contento das partes".