Luanda - Na UNITA, a disputa para presidência do Galo Negro é infindável, Samakuva, continua a fazer do seu Partido a sua própria casa, ao impor a sua glória rompendo contra todos estatutos que o seu próprio Partido terá construído, parece que a hora de Samakuva apagar a sua vida política e a sua credibilidade social está as portas, ao querer se recandidatar mais uma vez ao papel de Presidente da UNITA, Samakuva acabará de uma vez por todas com toda a sua carreira política, e, dizimará a credibilidade social e a popularidade do seu próprio Partido.

Fonte: Club-k.net

Existe, para Samakuva, apenas, uma opção, sair ou sair, desta feita será recordado como um grande líder no seio da UNITA, se impor a teimosia como palavra de ordem dos seus interesses, Samakuva ao persistir na parte frontal do Partido do Galo Negro como Presidente, incitará o ódio dos seus simpatizantes e seguidores, acabará de uma vez por todas com a sua credibilidade política e a sua aceitação popular, é hora de Samakuva arregaçar as mangas, e partir para o descanso, antes que seja tarde, e se consuma toda uma vida política que tenha edificado ao longo de vários anos. Seguindo a tradição vulgar, é inóspito arriscar a permanência de um líder dentro de uma organização depois de vários anos, isso arrepia muito aos que lhe são próximo, aliás, nenhum juízo deverá explicar didacticamente as justificações para tal facto, nem que se tenha de construir um império, com todas as pedras e alicerces do imperador que fez – se Deus insubstituível da organização, com as suas predilecções ideológicas de permanência eterna, Samakuva arrisca a si mesmo, como arrisca também o seu próprio Partido, a cometer o pior erro da história de seu Partido, plasmado na sua permanência em frente dos destino do Galo Negro, ou Samakuva sai, e salva a sua organização, ou permanece, e será conivente da impopularidade que advirá à sua própria organização política.

 

Cremos que esse mito, da permanência eterna de Samakuva na direcção do seu próprio Partido, será o de um império sem imperador, e, mais ainda, de algum modo, sem poder político sobre a situação futura à ser enfrentada no seio do Partido – UNITA, como da luta dos seus mais temíveis adversários políticos, que o aguardam como no ringue do wrestling, as we know it will be (…). Acresce – se que, hoje, um bom político tem de saber pensar sobre o futuro da polis, as desgraças capazes de invadirem a polis, em articulação reticular com o curso natural dos factos que envolvem a polis e o seu ecossistema social. Mas Samakuva não quer saber da pólis nem de seus interesses, quer apenas saber de si e de suas próprias decisões: “que se lixe a pólis, vale mais as minhas ambições que a tal pólis” — diz o líder do Galo Negro. Logo, o império do Galo Negro, curiosamente, para espectadores da Guerra dos Ambiciosos em poder: uma federação de homens que ambicionam satisfazer os seus interesses, e denegrir os interesses do povo angolano. E quando existir será afinal, num sem tempo, numa acronia.

 

Logo, haverá pois, a decadência política, não só de Samakuva, como também do seu império político, uma decadência, que causará a descida da glória do seu próprio Partido, do seu prestígio político, em direcção a uma apagada e vil glória, como diria Camões, um Partido entregue à uma situação de crise gritante, ou a uma cauda de um grupo, ranking, etc, será o fim de Samakuva, no âmbito político. Uma decadência conotada no ponto de vista metafísico, que infectará não só Samakuva, mas também, todas as entranhas do Partido que um dia o constituiu político, como diz o adágio popular: “quem não escuta conselhos, nunca chega a idade de velho”. Senhor Samakuva, é hora do senhor partir, antes que seja tarde demais, e caias de uma vez por todas! Mas se quiser o fim de sua carreira política, ou lhe apraz a beleza do descrédito, candidate – se, e torna – te de novo um Presidente do seu Partido, dali, o pão que o diabo amassou, será o seu único pequeno-almoço: «um eclipse total da UNITA».

 

Tal é a enorme imprudência que parece ter, nas imaginações de Isaias Samakuva, ao estar na situação que o coloca, mais a vista da grandeza e da tentação, que da glória, daí, a causa de todo o tumulto e atropelo, de toda a rapina e injustiça política, que a avareza e a ambição introduziram na mente de muitos políticos deste mundo que querem fazer – se eternos nas suas organizações como se fossem os únicos seres viventes no mundo político.

 

HAJA LUZES SOBRE AS TREVAS!


MÉDICO, JURISTA, ESCRITOR, PESQUISADOR & MESTRE EM FILOSOFIA POLÍTICA.