Luanda - Wilson Freita Da Costa, antigo CEO da General Electric em Angola é actualmente CEO da New Fortress Energy (NFE) em Angola. Conforme divulgado no início deste ano, é suspeito de ter falsificado a emissão do seu Bilhete de Identidade Angolano, obtido de forma fraudulenta, que pertencia inicialmente a um cidadão nacional natural de Malanje. Por esse motivo foi detido e restituído à liberdade, aparentemente devido à influência sua rede de contactos em Angola, designadamente de altos titulares de cargos políticos e de directores de gabinete.

Fonte: Club-k.net


A nossa investigação, apurou recentemente junto de fontes do processo crime por falsificação de documentos, instaurado em Luanda, que o processo se encontra parado na Procuradoria, aparentemente por falta de interesse dos seus titulares em promoverem a tramitação do processo, devido às pressões da rede de interesses política, incluindo o Director de Gabinete de alta figura do Estado que protegem o cidadão estrangeiro Wilson Dacosta, encontrando-se preso um cidadão angolano que procedeu à emissão do bilhete de identidade falso. Este cidadão já terá confessado a prática do crime reconhecendo Wilson da Costa como o beneficiário deste documento, reconhecendo também ter sido pago por este para a execução do documento falso.

 

O angolano pobre e sem recursos financeiros para se defender está preso, enquanto que o estrangeiro rico e com uma grande rede de contactos políticos e judiciais que o protegem e o beneficiam nos negócios, entra, permanece e sai de Angola livremente, apresentando-se como intocável e acima da lei. É esta a imagem da mudança que as entidades oficiais afirmam pretender divulgar de Angola? É para isto que a PGR anda a pagar publicidade na comunicação social a incentivar a denúncia às autoridades de comportamentos ilícitos? Saberá a New Fortress o que se passa em Angola, com este seu CEO?

 

Ou será que foi contratado apenas com a indicação do seu amigo e superior hierárquico Leslie Nelson? A outra pergunta que se impõe fazer - Saberá o Senhor Presidente da República que tem autorizado negócios e a celebração de memorandos de entendimento com vários ministérios a uma empresa Americana, que é representada por alguém que se encontra indiciado pela falsificação de documentos e cujo o processo está parado, apesar da abundância de provas incriminadoras, digamos que devido a negligência grosseira das entidades oficiais e de algum poder politico instalado e acomodado há vários anos.

 

Estes antigos responsáveis da GE não serviam para representar esta entidade americana, que os dispensou, mas aparentemente o Governo de Angola entende que são bastante credíveis e sérios para fomentar e desenvolver negócios vultuosos no sector do oil & gas.

 

No início de Junho de 2019 a secção de Negócios da agência internacional de notícias Bloomberg divulgou a celebração de um Memorando de Entendimento entre a empresa norte americana NFE e 3 ministérios Angolanos, Ministério dos Recursos Naturais e dos Petróleos, Ministério da Energia e Águas e Ministério da Finanças. A New Fortress Energy LLC, (NFE) fundada apenas em 2014 e com sede em Nova York, irá desenvolver, pelo menos, ao que parece os seguintes projectos: o fornecimento de gás natural para produção de energia e fornecimento de gás natural para o complexo siderúrgico de Cassinga, na Huíla, estando previstos outros negócios na Província do Zaire.

No site do MIREMPET esta entidade aparece identificada apenas como NFE International, atendendo à inexistência de informação sobre esta empresa, identificada apenas por um acrónimo no âmbito da Conferência “Angola Oil & Gás 2019”, decidimos investigar o porquê dessa situação comparativamente aos esclarecimentos que envolviam os 2 outros projectos divulgados na referida Conferência, nomeadamente, com a ExxonMobil e com a ENI, com a existência respectivamente de Decreto-Presidencial e o aumento de capacidade de produção da refinaria, um projecto já existente e legalmente aprovado.

 

Quanto aos projectos da NFE ou New Fortress Energy, um designado equity fund, não conseguimos encontrar qualquer autorização presidencial, que seja pública, para a celebração desses acordos, que indiciam investimentos bastante elevados, isto apesar de ser referido, por várias vezes, que está autorizado pelo Presidente. Nem tão pouco, se existe um projecto de investimento privado estrangeiro aprovado pela AIPEX.

 

Não existe no continente Africano qualquer investimento da New Fortress Energy, actuam essencialmente em alguns pontos isolados na América. O responsável desta empresa para África é Leslie Nelson, baseado em Accra no Gana. O CEO para Angola é o supra identificado Wilson Dacosta, que aparece como estando domiciliado no 111, W da 19.ª Street, 8.º andar, 10011 Nova York, Estados Unidos, quando sabemos que continua a residir em Angola. Leslie Nelson, de acordo com as nossas fontes na GE, é um amigo de longa data e antigo superior hierárquico de Wilson da Costa ou (Dacosta) na General Electric.

 

A nossa investigação sobre a New Fortress Energy (NFE) e das suas ligações políticas ao nível superior em Angola, apesar das “sugestões” e “conselhos” que nos fizeram irá continuar e aguardamos por mais informações que esclareçam as questões pertinentes que colocámos acima. Aguardamos também por novos projectos que possam ser atribuídos à New Fortress Energy (NFE) por adjudicação directa, sem o cumprimento da legislação dos contratos públicos, sem candidaturas a concursos públicos, obrigatoriedade de cumprimento de cadernos de encargos e com o eventual beneplácito, cumplicidade e interesse de altos titulares de cargos políticos, aparentemente os “marimbondos” continuam bem de saúde e a desenvolverem-se.

 

No processo que levou ao afastamento de Wilson da Costa da GE foi descoberto internamente que as suas habilitações académicas tinham sido forjadas, visto que não é conhecida a sua frequência universitária nos Estados Unidos nem no Reino Unido. Pelo menos com estas duas identificações conhecidas. A página do seu LinkedIn https://www.linkedin.com/in/wilson-dacosta-a7727549/ , ainda, continua a referir actualmente que é o CEO da GE Angola, não existindo qualquer indicação à NFE/New Fortress Energy LLC. Revelaram-nos, ainda, que surgiram cópias de diversos documentos e contratos assinados em nome da GE que não correspondiam aos originais. Estamos também a recolher informações sobre possíveis negócios da General Electric em Angola ao estilo da New Fortress, curiosamente ambas as empresas são americanas, actuam nas mesmas áreas de actividade energia, oil & gas, existindo um aparente bom relacionamento operacional entre os seus responsáveis, atendendo às transferências de pessoal de uma empresa para a outra, o que poderá indiciar uma tentativa de cartelização do mercado angolano nestes sectores, com evidentes prejuízos para o Governo de Angola.