Luanda - Ricardo Filomeno Duarte Ventura Leitão Machado, cidadão Português, arguido em processos crime em Portugal, por burla e falsificação de documentos, chegou a Angola em 2007, ao que se dizia   como testa de ferro de Tchizé dos Santos (mora inclusive na casa ao lado, em Alvalade), através da relação de amizade que tinha com o ex-marido desta. Em Angola, começou por ser assessor de Álvaro Sobrinho, no BESA, onde defendia os interesses da sua “chefe” e de onde desviou os primeiros milhões, canalizadas para o Dubai. Mais tarde, em 2012, fundou a empresa Aenergia SA, que na realidade, alavancando a influência desta junto de JES para conseguir, sem qualquer concurso ou experiência anterior, contratos milionários, nomeadamente no MINTRANS e no MINEA.

* Amarildo da Silva
Fonte: Angola News


No MINTRANS, celebrou 3 contratos, em 2015, no valor total de 1bi USD. Destes 3 contratos, apenas 2 foram executados (parcialmente), sendo que o contrato de maior volume (500M USD) nunca chegou a sair do papel nem teve nunca visto do Tribunal de Contas. Contudo, o facto de ser um contrato fictício não impediu que fosse facturada a parcela de mobilização do mesmo, em Junho de 2015, no valor de 75M USD. Este valor, pago directamente a partir do BNA, foi directamente para uma conta no Dubai (abaixo as coordenadas), pertencente a uma offshore que, para o efeito, foi criada com o mesmo nome da empresa Angolana – Aenergia LTD.

 

O esquema foi criar uma empresa offshore no Dubai, sem qualquer vínculo legal com Angola, dando-lhe o mesmo nome da empresa Angolana, que tinha assinado o tal contrato fictício, justificando, assim, a transferência do valor de 75M USD a partir do BNA. Desta forma, para todos efeitos a empresa Angolana, nos seus registos, nunca teria recebido este valor, mas sim a sua gémea criada para este efeito, fora de Angola. Dali, foram depois distribuídos os montantes devidos a todos os intervenientes neste roubo directo ao Estado Angolano.

 

Conta Bancária: Banco: Noor Bank (Dubai)

Beneficiário: Aenergia LTD

IBAN: AE560520000110608440018

Número de Conta: 00110608440018

SWIFT: NISLAEAD

 


Também no MINEA, a Aenergia ganhou vários contratos, sendo os de maior volume (também cerca de 1bi USD), sido assinados nas vésperas da saída de JES do poder. T


Os contratos, que tinham financiamento da General Electric, empresa que cortou relações com a Aenergia por suspeita de más práticas da empresa Angolana e dos seus gestores, foram sendo executados, com várias falhas, até à sua rescisão unilateral, por parte do MINEA, por terem sido identificados indícios de falsificação de documentos e utilização indevida do financiamento ao Estado Angolano, para benefício próprio da empresa Aenergia, nomeadamente na aquisição de equipamento não contratado pelo Estado Angolano, bem como para investimento no Afreximbank, do qual se tornou associada por esta via, ou seja, com dinheiro do Estado Angolano (utilizou cerca de 50M USD do financiamento para tal).

 

Foi também com parte do dinheiro financiado ao Estado Angolano, e que deveria servir para executar os projectos no nosso País, que a Aenergia conseguiu, garantir a concessão da empresa de Energia do Gana (ECG), processo esse que se encontra suspenso pelo Governo do Gana, por suspeitas de fraude das empresas envolvidas, entre as quais a Angolana Aenergia. Ricardo Machado, que tem noção de todos os crimes e roubos infligidos por si ao Estado Angolano, neste momento está fora de Angola, de onde fugiu em Dezembro de 2018 e para onde, certamente, não tenciona voltar. Depois de enganar os portugueses, tendo sido condenado conforme notícia publicada no jornal Noticias de Coimbra rumou a Angola, onde tentou com êxito ludibriar o estado angolano, o que conseguiu com êxito.